A Stone encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido ajustado de R$ 450 milhões, o que representa um crescimento de 90% em relação ao mesmo intervalo de 2023. De acordo com a companhia, o avanço se deve ao aumento do volume de transações capturado por suas maquininhas e sistemas, e também à maior contribuição dos serviços bancários para as receitas.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 1,512 bilhão no primeiro trimestre, um crescimento de 20,8% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

Já a receita da Stone cresceu 14% em um ano, para R$ 3,1 bilhões, enquanto a receita de serviços financeiros subiu 16%, para R$ 2,7 bilhões, e a receita de software, que responde pelo restante, teve alta de 3% sob a mesma base de comparação.

A companhia informou que o volume processado foi de R$ 114,3 bilhões, 17,9% maior que o do primeiro trimestre do ano passado. Se contabilizadas apenas as transações de micro, pequenas e médias empresas, o crescimento foi de 23,8%, para R$ 101,9 bilhões. Deste total, R$ 8,5 bilhões foram processados via Pix, alta de 147,7% em um ano.

“A alavanca continua sendo o volume, que teve uma taxa de crescimento muito parecida com a do último trimestre”, afirma o vice-presidente Financeiro e diretor de Relações com Investidores da Stone, Mateus Schwening. De acordo com ele, em software, o foco da companhia continua sendo o de aumentar a eficiência da operação.

A Stone reformulou a estratégia em software no ano passado. A integração entre pagamentos e os sistemas de gestão passou a focar nas chamadas verticais prioritárias, que são os setores de atividade econômica em que a companhia vê o maior potencial de união entre os dois produtos. A este redirecionamento, a empresa atribui o crescimento de 65% no Ebitda ajustado em software em um ano, para R$ 66 bilhões.

Crédito

A carteira de crédito da Stone chegou a R$ 532 milhões, crescimento de 72% em um trimestre. O produto de capital de giro, que estava em testes no começo do ano passado, é uma das principais apostas da companhia para ir além do processamento de pagamentos no longo prazo. Schwening afirma que até aqui, a contribuição do crédito para o resultado da Stone é pequena, mas que o potencial é grande.

“Hoje, só arranhamos a superfície da quantidade de clientes que temos disponíveis pra conceder crédito”, afirma o chefe da área de crédito da companhia, Gregor Ilg. “Temos um espaço grande para avançar até chegarmos no ponto que variáveis macro ou mesmo de mercado passem a impactar a nossa taxa de crescimento.”

No começo do ano, a Stone estimou que a carteira de crédito ultrapassará os R$ 800 milhões neste ano, meta que está mantida. Até 2027, o objetivo da credenciadora é aumentar a carteira para mais de R$ 5,5 bilhões.

A oferta de serviços bancários tem alavancado outros números do balanço da companhia. O volume de depósitos dos clientes cresceu 53% em um ano, chegando a R$ 6 bilhões. Os principais clientes são os pequenos e médios negócios, que têm de R$ 200.000 a R$ 500.000 em faturamento anual.