A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Cleveland, Loretta Mester, afirmou nesta segunda-feira, 20, que o BC dos Estados Unidos poderá manter os juros no nível atual ou até aumentá-los, se a inflação estagnar ou reverter o progresso obtido até o momento, em entrevista à Bloomberg TV. De acordo com a dirigente, a política monetária está suficientemente restritiva bem posicionada para atuar em qualquer cenário, dependendo dos dados disponíveis.

Se a inflação subir, Mester disse estar “aberta” a elevar juros. No cenário contrário, o Fed poderá reduzir as taxas, caso aconteça uma deterioração da atividade econômica ou se os preços mantiverem queda.

Para ela, este não é o cenário atual. A dirigente apontou que a economia continua “forte”, ao mesmo tempo em que o processo de desinflação parece estagnado e, por isso, o Fed precisa esperar por mais evidências.

Mester observou que os números do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em abril foram mais elevados do que o banco central gostaria e que os maiores riscos para a inflação ainda são de alta.

“Estamos olhando para os dados e tentando calibrar onde a economia está e para onde está caminhando”, afirmou a integrante do Fed. “De modo geral, ainda acredito que a inflação está em processo lento de queda.”

A dirigente, e vota nas decisões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), reiterou que permanece confiante de que a inflação está em trajetória sustentada de baixa rumo à meta de 2%. Segundo ela, existem alguns sinais positivos, como o equilíbrio entre oferta e demanda do mercado de trabalho, que devem contribuir para aliviar a pressão inflacionária.

Contudo, Mester alertou que não vê mais como apropriado três cortes de juros em 2024, como via no último gráfico de pontos do Fed, e que é necessário “alguma moderação” adicional da atividade econômica.