17/06/2024 - 14:35
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) da Filadélfia, Patrick Harker, afirmou nesta segunda-feira, 17, que um corte de juros até o fim deste ano “seria apropriado”, segundo sua projeção atual. Mas o dirigente ponderou que isso pode mudar, a depender dos próximos indicadores, e acrescentou que cenários com duas reduções ou com manutenção de juros até o fim de 2024 seriam igualmente possíveis, durante discurso em evento na Filadélfia.
Sem direito a voto nas decisões de política monetária deste ano, o dirigente disse que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de maio dos EUA, publicado na semana passada, foi “muito bem-vindo”, o tipo de dado que ele “quer ver mais”. O progresso na inflação, contudo, tem sido “desigual” e os dados mais recentes ainda não garantem que ela seguirá de modo sustentável rumo à meta de 2%. Por isso, Harker reforçou que seguirá bastante atento a vários indicadores, para tomar suas decisões, e também que a inflação elevada segue como “grande preocupação” dele e de seus colegas no Fed.
Na avaliação de Harker, a “falta de progresso” na inflação ao longo do primeiro trimestre nos EUA causou preocupação. Ela, porém, não voltou a avançar, e dados mais recentes se mostraram mais positivos. Ainda assim, “mais dados são essenciais” para nossas próximas decisões, comentou. Para ele, o contexto ainda é de incertezas e os dados até agora disponíveis não dirimiram essas dúvidas.
Harker vê a política monetária atual em território “restritivo”, a fim de garantir inflação na meta, mas acredita que ela ainda consegue minimizar riscos econômicos mais amplos. Ele destacou os efeitos da inflação, sobretudo entre os mais pobres, mas disse que tem havido melhora em muitas categorias, como nos preços de alimentos, veículos novos e usados. Por outro lado, a inflação de habitação mostra-se “teimosa” no longo prazo, o que continua a ser uma preocupação, junto com a taxa elevada de preços no setor de serviços, apontou.
Em sua fala, Harker também avaliou que o mercado de trabalho americano “continua saudável”, com a oferta e a demanda por trabalho demonstrando melhor equilíbrio. O Produto Interno Bruto (PIB) continua a crescer, mas houve certa moderação no consumo em números recentes, “e eu mantenho um olho aberto nas finanças das pessoas físicas”, comentou.