21/06/2024 - 16:50
A era digital está em plena aceleração, impulsionada por um conjunto de tecnologias inovadoras que estão transformando a forma como as empresas operam, competem e se relacionam com seus clientes. A ascensão de tecnologias emergentes como 5G, IoT, GenIA, IA e automação está criando um cenário de oportunidades sem precedentes para as companhias que souberem aproveitá-las. Mas nem tudo vai bem nesse novo mundo de inovação. Algumas tecnologias estão divergindo e fazendo com que as organizações avaliem com mais cuidado o momento de adotá-las. A integração do 5G com as tecnologias e processos existentes é o desafio mais crítico para as empresas, aponta o estudo EY Reimagining Industry Futures 2024: How can you realize the promise of transformational technologies?, o qual a DINHEIRO teve acesso com exclusividade.
O estudo parte do pressuposto de que as ferramentas tecnológicas têm cumprido com seu papel de facilitar, desenvolver, auxiliar e até mesmo criar coisas que em momentos anteriores não eram possíveis. Porém, esses processos de adaptação e integração requerem uma série de fatores para que as ferramentas consigam chegar ao ápice de sua função. A maioria das empresas ainda está na fase de prova de conceito ou piloto na implementação de tecnologias emergentes. A Inteligência Artificial (45%) e automação (35%) têm foco principal nas corporações, enquanto computação de borda, IoT (internet das coisas) e AR/VR (Realidade Aumentada e Virtual) apresentam progresso mais lento.
Leonardo Donato, sócio-líder da EY de Telecomunicações, Mídia & Entretenimento e Tecnologia para América Latina, explica que, inicialmente, cada empresa tem de entender qual o problema a ser resolvido por ela. “Esse é o primeiro desafio e não é uma resposta simples. Até porque, mesmo quem já tem uso ou experiência com a tecnologia, seja ela qual for, ainda não conhece todas as funcionalidades e todo o alcance que ela pode provocar”, disse o executivo. Para ele, ainda existem gargalos para os avanços tecnológicos serem efetivados em sua totalidade, principalmente em relação à capacidade dos gestores.
“Mesmo quem já tem uso ou experiência com a tecnologia, seja ela qual for, ainda não conhece todas as funcionalidades.”
Leonardo Donato, sócio-líder da EY
O levantamento da EY aponta que a proliferação de tecnologias emergentes exige que as empresas combinem essas inovações de ponta e aprimorem a governança de dados. Para 75% dos entrevistados, essa combinação é crucial para facilitar implementações em larga escala. A Inteligência Artificial generativa (GenAI) se destaca como prioridade de investimento, com 43% dos entrevistados aportando recursos nessa tecnologia. O foco está em casos de uso como treinamento de funcionários e aprimoramento do atendimento ao cliente.
INTERNET
As empresas das Américas ainda lideram globalmente o investimento em 5G, mas sua vantagem está diminuindo, de acordo com a pesquisa. Os investimentos na região caíram 3% no último ano, enquanto Europa e Ásia registraram aumentos de mais de 10%. Apesar disso, 20% das empresas globais ainda não planejam investir em 5G. Integração, escalabilidade e governança de dados são as principais preocupações das corporações em relação às tecnologias emergentes.
E 75% delas buscam entender melhor como combinar diferentes tecnologias para aumentar seus valores. A transição de testes para implementações em larga escala representa um desafio significativo, com 63% das empresas enfrentando dificuldades nesse processo. Além disso, roteiros tecnológicos inadequados e sobrecarga de sistemas de TI legados complicam a expansão de novas tecnologias.
Donato, da EY de Telecomunicações, frisa que a ampla adoção de algumas tecnologias se deve à facilidade de uso e à existência de casos de sucesso. No entanto, a popularidade não garante sua maturidade completa em termos de benefícios e aplicações. “Essas tecnologias, entre elas a IA, conseguiram provar que tem eficiência e eficácia e baixo custo de implementação.”
Com quase metade das organizações investindo em GenAI, o estudo salienta que as empresas estão avaliando seu impacto geral.
• A maioria (55%) demonstra uma mentalidade cautelosa e ponderada.
• Já 38% acreditam que a GenAI será aditiva e complementar às iniciativas de IA existentes, aprimorando-as ao longo do tempo.
• E 17% dizem que estão “consciente do risco”, reconhecendo as incertezas que limitam a adoção em larga escala.
• Essa cautela é mais evidente nos setores financeiro (21%) e de saúde (21%), onde as preocupações com ética e responsabilidade de dados são mais relevantes.
• Apenas 18% das empresas acreditam que a GenAI terá um impacto radical e acelerará sua transformação digital.
• No entanto, 27% veem a GenAI como uma oportunidade para experimentar e aprender fora dos programas de transformação existentes.
SUSTENTABILIDADE
O estudo mostra que as empresas reconhecem o papel crucial das tecnologias emergentes na promoção da sustentabilidade. Mais da metade (56%) das empresas globais acreditam que essas tecnologias podem acelerar significativamente os esforços para iniciativas sustentáveis. No entanto, 39% veem as tecnologias emergentes com um impacto positivo geral e alguns riscos associados, numa perspectiva mais prevalente entre as empresas europeias, com 43%.
A redução da pegada de carbono de tecnologias como IA, IoT e computação em nuvem tornou-se uma prioridade para fornecedores de tecnologia e ecossistemas industriais.
Mais de 80% das empresas citam o ESG como um fator crucial ao investir em ferramentas emergentes, com destaque para as empresas da Ásia-Pacífico.
As considerações ambientais, sociais e de governança estão se tornando cada vez mais importantes nas decisões de compra de tecnologia. A proporção de empresas que citam o ESG como um fator principal ou importante no planejamento de investimentos aumentou de 76% em 2023 para 82%, em 2024.