10/08/2024 - 16:45
Por Sheila Dang e Mimosa Spencer
PARIS (Reuters) – Atletas vencedores em Paris pegaram suas medalhas em bandejas da Louis Vuitton antes de receberem um celular da Samsung para tirar uma “selfie da vitória”, anunciando uma nova era de exibição de produtos na Olimpíada que deve ser ampliada por Los Angeles.
A foto dos medalhistas no pódio não aconteceu por acaso. A Samsung disse à Reuters que começou negociações com o Comitê Olímpico Internacional (COI) 18 meses antes dos Jogos para organizar a inserção dos seus produtos — ou “product placement”, em inglês.
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A inserção de produtos de marcas de alto nível, como a LVMH e a Samsung em Paris, ilustra como os patrocinadores estão procurando novas oportunidades comerciais em um evento que ainda tem regras rígidas para publicidade dentro dos locais de competição.
A Samsung afirmou que a estratégia era “promover o conhecimento do novo Galaxy Z Flip6 ao redor do mundo”, embora não tenha fornecido detalhes sobre as vendas desde o começo dos Jogos de Paris.
Enquanto isso, as buscas online da LVMH cresceram 43% nos Estados Unidos durante a primeira semana dos Jogos, segundo a empresa de análise digital Captify.
A cerimônia de abertura teve as artistas Lady Gaga, Aya Nakamura e Celine Dion vestidas de Dior, marca da LVMH, e o evento incluiu um vídeo de alguns minutos mostrando o design e produção dos baús da chama olímpica e das bandejas de medalha pela Louis Vuitton.
“Paris avançou significativamente as coisas para todos e criou algo que tem sido como um parque de diversões para as marcas”, disse Steve Martin, sócio fundador da MSQ Sport and Entertainment, uma agência de marketing esportivo.
Em Paris 2024, patrocinadores e emissoras recorreram à inserção de produtos, influenciadores e comentaristas famosos, como o rapper norte-americano Snoop Dogg, para atingir públicos mais jovens e novos mercados.
O COI disse nesta semana que está abraçando e facilitando essa nova tendência.
Os organizadores de Los Angeles 2028 dizem que seus Jogos — com um orçamento estimado em 6,9 bilhões de dólares — serão financiados com dinheiro privado por meio de uma combinação de patrocínios, receitas de ingressos, direitos de transmissão e vendas de mercadorias, e não com impostos.
Autoridades do LA28 disseram à Reuters que arrecadaram mais de 1 bilhão de dólares em patrocínio domésticos até agora, mais do que Paris conseguiu no mesmo período, e estavam a dois terços da meta de mais de 2 bilhões.
LA28 espera anunciar um patrocinador automotivo até o fim do ano, afirmou o CEO do LA28, Casey Wasserman, à Reuters.
“Estamos no mercado para a categoria, temos discussões muito ativas e eu imagino que, até o fim do ano, provavelmente anunciaremos nosso parceiro”, disse.
(Por Sheila Dang e Mimosa Spencer; reportagem adicional de Rory Carroll e Mathieu Rosemain)