Os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros) chamaram a atenção de investidores e ganharam destaque no noticiário econômico das últimas semanas – nem sempre de forma positiva. Pedidos de recuperação judicial de empresas como Agrogalaxy (AGXY3) e Portal do Agro afetaram as cotações desses fundos.

Mesmo aqueles que tinham pouca ou nenhuma exposição aos títulos das companhias afetadas sofreram com a aversão a risco no segmento.

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Criados em 2021, os Fiagros são produtos relativamente novos entre as opções de investimento no Brasil. Com características semelhantes aos Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs), como isenção de imposto de renda, atraíram diversos investidores PF.

Em suas carteiras, carregam majoritariamente títulos de dívida de empresas ligadas ao agronegócio. Desde o lançamento dos primeiros fundos, entretanto, havia dúvidas sobre como seria o desempenho deles em momentos de baixa para o setor.

“O que está acontecendo no mercado claramente é uma coisa sistêmica, que tem a ver com uma quebra de safra junto com queda de preço importante, mas que não é raro acontecer nesse mercado”, resume Evandro Buccini, economista e sócio da Rio Bravo Investimentos. “Acho que os gestores têm que se acostumar com essa realidade do setor”.

“O agro é um setor cíclico, de naturais altos e baixos. Sob a ótica do crédito, isso resulta em variações de adimplência. É um reflexo natural em operações de crédito do setor, uma flutuação da saudabilidade dos emissores”, diz Guilherme Sharovsky, líder de Crédito Corporativo da Bloxs Capital Partners.

Mesmo assim, Sharovsky afirma que a perspectiva ainda é positiva para os Fiagros. “O agro tem uma grande importância no PIB brasileiro, e além de volume, tem qualidade na tecnologia de produção. Para quem acompanha o setor, o que está acontecendo agora não é assustador. Não é nem um sinal amarelo”, diz. “É um ecossistema interessante do ponto de vista do crédito”.

Para o investidor que está disposto a correr o risco desse mercado, o momento pode até significar uma oportunidade de compra de mais cotas, diz Sharovsky. Segundo ele, há fundos cujas cotações caíram mais do que sugeririam os fundamentos.

“O Fiagro não é feito para o investidor que não topa volatilidade. Até porque paga retornos de ativos de alto risco”, alerta Sharovsky. Segundo ele, flutuações como agora deverão ser normais nesse segmento.

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