As ações da Petz abriram em alta de 8,6% no pregão desta segunda-feira, 13, refletindo rumores sobre um avanço na aprovação do órgão regulador sobre a fusão da companhia com a Cobasi.

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Por volta das 11h30, as ações da Petz desaceleraram a alta, e subiam 4,2% na bolsa de valores.

O desempenho dos papéis PETZ3 está atrelado ao fato de que no domingo, 12, o colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim, publicou uma nota citando que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deve dar sinal verde para a operação ainda no primeiro trimestre deste ano de 2024.

A expectativa é de que o negócio, anunciado em meados de agosto de 2024, seja aprovado sem restrições.

“Em nossa visão, é marginalmente positiva, pois se trata de um rumor da imprensa e não foi confirmado pela companhia. Além disso, ainda existe a necessidade de mais informações sobre a estrutura operacional da NewCo após a fusão, o que ainda deixa dúvidas sobre o processo de fusão e o modelo operacional da empresa combinada”, diz a Ativa Research sobre a novidade.

Desde o anúncio ao mercado acerca dos negócios – cujas conversas começaram em 2021 – os investidores têm reagido positivamente. Desta forma, a fusão entre Petz e Cobasi tem sido um driver recorrente para valorização dos papéis em uma série de pregões, com eventos atrelados ao M&A que impulsionaram o preço das ações.

Como exemplo, em setembro de 2024 acionistas da Cobasi compraram mais ações PETZ3, então impulsionando os papéis na bolsa.

À época, o fundo de private equity da Kinea e a Tefra Participações – da família Nassar – compraram um volume de 26.720.500 de ações, equivalente a uma participação de 5,8% na empresa.

Juntamente com isso, o CEO da Petz, Sergio Zimerman, anunciou aumento da sua participação, passando a deter 33% dos papéis da empresa.

Desde o dia 16 de agosto, quando o negócio entre ambas as empresas fora anunciado, as ações somam valorização de cerca de 22%, sendo negociadas na casa dos R$ 4,20 atualmente. Em meados de novembro, os papéis chegaram a operar a R$ 5,85.

O valor de mercado da Petz é de R$ 1,92 bilhão, conforme dados atualizados do Status Invest.

Entenda a fusão entre Petz e Cobasi

As negociações entre as duas empresas começou ainda em 2021, e teve aceleração no início de 2024, quando ambas as partes avançaram em discussões sobre a relação de troca de ações e a governança da empresa resultante da fusão.

Em abril, foi assinado um Memorando de Entendimentos Não Vinculante (MOU), estabelecendo um período de exclusividade de 60 dias, prorrogável por mais 30, para a realização de due diligence mútua e aprofundamento das negociações.

Depois disso, em agosto, ocorreu o anúncio do Acordo Definitivo de Fusão, quando as empresas formalizaram o acordo, detalhando os termos da união.

O acordo é que a Petz se tornará uma subsidiária integral da Cobasi, com os acionistas da companhia listada em bolsa detendo 52,6% da nova empresa, ao passo que os da Cobasi terão 47,4%.

Com o negócio, os acionistas da Petz receberão uma cifra de R$ 400 milhões em dinheiro – contemplando R$ 130 milhões em dividendos extraordinários antes da conclusão da operação.

Em termos de governança, foi estabelecido que Paulo Nassar, fundador da Cobasi, assumirá o cargo de CEO da nova empresa, enquanto Sergio Zimerman, fundador da Petz, ficará como presidente do conselho de administração da empresa resultante.

O conselho será composto por nove membros. Desse total, cinco cadeiras serão da Cobasi e quatro da Petz.

Antes da fusão, Zimerman disse que ocorria ‘uma guerra que sangrava ambas as companhias’.

Analistas do JPMorgan consideram que o negócio possui ‘alto potencial de sinergia mesmo no contexto de riscos de execução’

A empresa resultante da fusão entre Petz e Cobasi terá uma receita líquida estimada em R$ 6,9 bilhões. Sua operação será de 494 lojas em mais de 140 cidades. A projeção é de sinergias anuais entre R$ 220 milhões e R$ 330 milhões em lucro antes de impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).