O dólar ficou sem sinal único nesta quinta-feira, 16, com leves variações ante os principais pares europeus, mas recuando ante o iene. A moeda japonesa ganhou força nos últimos dias com a sinalização de uma postura mais dura por parte do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês). Além disso, a queda no rendimento dos Treasuries, resultados de uma perspectiva mais branda para a postura do Federal Reserve (Fed) diante de sinais de uma inflação mais fraca nos Estados Unidos, também contribui para a força do iene.

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis principais moedas, fechou em queda de 0,12%, a 108,957 pontos. O dólar cedeu a 155,21 ienes. A libra esterlina recuou a US$ 1,2242. O euro subiu a US$ 1,0302.

Nesta quinta, o diretor do Fed, Christopher Waller, afirmou em entrevista à CNBC que três ou quatro cortes de juros neste ano são possíveis, se os dados cooperarem. Ele ainda não descartou a possibilidade de redução de juros em março. Entre os indicadores divulgados as vendas no varejo dos Estados Unidos subiram abaixo do esperado e o número de pedidos de auxílio-desemprego superou a previsão.

Algumas declarações agressivas dos responsáveis do BoJ esta semana, incluindo do presidente, Kazuo Ueda, e o vice, Ryozo Himino, bem como fugas de informação nos meios de comunicação que aparentemente confirmam que o banco central irá subir na próxima sexta-feira, provavelmente ajudaram o iene. A moeda ainda está, no entanto, muito fraca em relação ao dólar, aponta a Capital Economics, que compara com seu ponto mais forte de um dólar a cerca de 140 ienes no ano passado. Mas com os rendimentos do Tesouro dos Treasuries talvez finalmente caindo, a consultoria aponta a chance de uma nova recuperação do iene.

“Suspeitamos que ganhos enormes, como os que vimos em meados de 2024, não estão previstos desta vez. Por um lado, embora pensemos que os rendimentos dos Treasuries irão cair, não esperamos que caiam tanto. Além disso, o Fed parece estar quase terminando o seu ciclo de flexibilização: pensamos que irá cortar apenas mais 50 pontos de base, dos quais cerca de 40 pontos de base parecem já estar precificados”, pondera a Capital Economics.