21/02/2025 - 10:17
BRASÍLIA (Reuters) – Um governo com Orçamento equilibrado é condição para o desenvolvimento sustentável do país, inclusive para levar a inflação e os juros para baixo, disse nesta sexta-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em entrevista ao ICL Notícias, Haddad ainda afirmou que, com a queda recente do dólar e uma safra melhor, o governo acredita que os preços no país vão se estabilizar em um “patamar mais adequado”.
“Nós temos um compromisso com a questão fiscal, fizemos o ajuste ano passado. O Orçamento pode ser aprovado com equilíbrio nas contas, é o que garante a sustentabilidade da economia brasileira no médio e longo prazo, um crescimento com inflação baixa, que é a nossa obsessão”, afirmou.
O Banco Central vem promovendo um intenso ciclo de alta nos juros básicos, atualmente em 13,25% ao ano, para domar a inflação, enquanto agentes de mercado mantêm expectativas para os preços à frente desancoradas, apontando a questão fiscal com um fator de preocupação.
Para o ministro, “faz parte do jogo” usar a taxa de juro e fazer o trabalho fiscal para controlar a inflação.
Em meio a alerta do BC sobre um possível superaquecimento da economia, que pressiona a inflação, Haddad afirmou que a ampliação do crédito consignado para trabalhadores privados planejada pelo governo poderá alavancar o Produto Interno Bruto (PIB).
IMPOSTO DE RENDA
O ministro disse que o desafio do governo na reforma do Imposto de Renda, ainda não proposta, não será isentar o tributo para quem ganha até R$5 mil, mas compensar essa renúncia de arrecadação cobrando de quem atualmente não paga.
O governo já sinalizou que o aumento da faixa de isenção do IR será compensado pela implementação de um imposto mínimo de até 10% que incidirá sobre a fatia mais rica da população.
Na entrevista, o ministro também disse acreditar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegará “muito competitivo” às eleições de 2026, reafirmando que não tem pretensão de concorrer a nenhum cargo.
Após a veiculação de notícias de que ministros do governo teriam levado a Lula críticas ao Ministério da Fazenda em um momento que o titular da pasta fazia viagem a trabalho ao exterior, Haddad afirmou que não seria razoável imaginar um colega aproveitando de sua ausência para fazer críticas.
“Eu não quero crer que, na minha ausência, alguém tenha feito crítica a mim numa reunião com o presidente Lula”, disse.
(Por Bernardo Caram)