21/03/2025 - 17:27
O dólar fechou nesta sexta-feira, 21, em alta no Brasil, pelo segundo dia consecutivo, acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior, mas ainda assim encerrando a semana com queda acumulada ante o real.
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O dólar à vista fechou o dia em alta de 0,69%, aos R$ 5,7156. Na semana, porém, a divisa acumulou baixa de 0,51%, na terceira queda semanal consecutiva. Veja cotações.
Às 17h04 na B3 o dólar para abril — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,71%, aos R$ 5,7290.
O Ibovespa fechou com uma alta discreta nesta sexta-feira, rondando os 132 mil pontos, em pregão marcado por vencimento de opções sobre ações na bolsa paulista e bateria de resultados corporativos, incluindo os números de Brava Energia, Cemig e Hypera.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,3%, a 132.344,88 pontos, após marcar 131.776,39 pontos na mínima e 132.588,02 pontos na máxima do dia. Na semana, acumulou ganho de 2,63%. O volume financeiro nesta sexta-feira somou R$ 33,1 bilhões.
O dólar no dia
Em meio à agenda esvaziada no Brasil, os investidores se voltaram nesta sexta-feira para o exterior, onde o dia foi marcado pelo avanço do dólar ante a maioria das demais divisas.
Por trás do movimento estava a realização de lucros de alguns agentes, após os recuos recentes do dólar, e a cautela antes da chegada de abril, quando os EUA prometem iniciar a cobrança de tarifas comerciais recíprocas sobre produtos de diversos países.
No Brasil, assim como na véspera, o dólar acompanhou o sinal positivo vindo do exterior e voltou a oscilar acima dos R$5,70. Após registrar a mínima de R$5,6807 (+0,08%) às 9h03, pouco depois da abertura, o dólar à vista atingiu a máxima de R$5,7352 (+1,04%) às 12h09. A sessão era de liquidez reduzida, o que contribuía para movimentos mais amplos.
Durante a tarde o dólar perdeu um pouco de força, ainda que tenha se mantido acima dos R$5,70. O resultado acumulado da semana, porém, foi de nova queda.
“Na virada do ano, ninguém imaginava que teríamos um primeiro trimestre tão forte”, disse Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, em mensagem a clientes, citando o enfraquecimento recente do dólar ao redor do mundo.
“O DXY (índice do dólar) veio daquele pico de 110, para 103, numa desvalorização forte do dólar, uma reversão do ‘Trump trade’, que sem dúvida ajuda o Brasil e todos os emergentes”, avaliou. No ano, o dólar acumula baixa de 7,50% ante o real.
Às 17h26, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,34%, a 104,140.
O Ibovespa fechou com uma alta discreta nesta sexta-feira, rondando os 132 mil pontos, em pregão marcado por vencimento de opções sobre ações na bolsa paulista e bateria de resultados corporativos, incluindo os números de Brava Energia, Cemig e Hypera.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,18%, a 132.190,64 pontos, de acordo com dados preliminares, após marcar 131.776,39 pontos na mínima e 132.588,02 pontos na máxima do dia. Na semana, acumulou ganho de 2,51%.
O volume financeiro nesta sexta-feira somava R$ 22,55 bilhões de reais antes dos ajustes finais.
O dia do Ibovespa
Na visão do gestor de renda variável Naio Ino, da Western Asset, o Ibovespa ficou “meio que zero a zero”, refletindo uma certa acomodação, após um começo de ano mais positivo, sustentado principalmente por uma rotação global de recursos, com o “micro (notícias de empresas) pesando mais que o macro”.
Em 2025, o Ibovespa já acumula uma alta de quase 10%, em boa parte ajudada pelo fluxo de capital externo, que está positivo em R$14,3 bilhões desde o começo do ano até o último dia 19.
DESTAQUES
– PETROBRAS PN avançou 1,55%, beneficiada pela melhora dos preços do petróleo no mercado externo, onde o barril de Brent fechou com acréscimo de 0,22%. PETROBRAS ON terminou com elevação de 1,61%.
– VALE ON subiu 0,37%, mesmo com o declínio dos futuros do minério de ferro na China. Analistas do UBS BB liderados por Caio Greiner iniciaram a cobertura do setor de mineração e metais no Brasil com recomendação neutra para Vale e preço-alvo de US$10,50 para o ADR.
– ITAÚ UNIBANCO PN fechou com acréscimo de 0,22%, em dia positivo para o setor no Ibovespa.
– BRAVA ENERGIA ON avançou 5,57%, mesmo após divulgar queda de 41% no resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado do quarto trimestre do ano passado, para R$505 milhões. À Reuters, o presidente da companhia, Décio Oddone, afirmou ter expectativas importantes para 2025, incluindo a previsão de atingir mais de 80 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d) de produção nos próximos meses.
– HYPERA ON valorizou-se 3,93%, revertendo a queda da abertura, em meio à repercussão do balanço do quarto trimestre do ano passado. Em teleconferência com analistas, o CEO disse que a Hypera planeja lançar no Brasil um medicamento baseado no princípio ativo do popular Ozempic assim que a patente do medicamento cair em março do ano que vem. O conselho de administração da farmacêutica também aprovou a distribuição de R$184,7 milhões em juros sobre capital próprio.
– LOJAS RENNER ON subiu 3,59%, após o conselho de administração da varejista de moda aprovar R$189,6 milhões em juros sobre capital próprio, correspondentes a quase R$0,19 por ação. O pagamento será efetuado em 9 de abril, com base na posição acionária em 25 de março.
– AUTOMOB ON recuou 10%, na esteira do prejuízo líquido de R$101 milhões no quarto trimestre no ano passado, revertendo resultado ligeiramente positivo de um ano antes, com queda no Ebitda e margem negativa. Segundo a empresa, o desempenho operacional do quarto trimestre “ainda não reflete as integrações e sinergias, além de ainda estar impactado pelo Ebitda negativo das concessionárias agro nesse período”.
– CEMIG PN caiu 4,85%, após a estatal mineira de energia divulgar Ebitda de R$1,94 bilhão no quarto trimestre do ano passado, 10,4% menor do que o observado no quarto trimestre de 2023, afetado pela queda de 61% no lucro de comercialização de energia elétrica. O conselho de administração da empresa também aprovou R$541 milhões em juros sobre capital próprio.
– PETZ ON cedeu 4,3%, em dia marcado pela repercussão do balanço, que mostrou expansão de cerca de 25% no resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado, para R$83,3 milhões. A rede de varejo de produtos e serviços para animais de estimação disse que iniciou o primeiro trimestre deste ano “com as mesmas tendências de crescimento apresentadas no segundo semestre de 2024, com bom patamar de crescimento aliado à preservação da margem bruta”.
– ENEVA ON perdeu 3,63%, em meio ao salto no prejuízo líquido do quarto trimestre do ano passado, para R$962,6 milhões, de R$290,6 milhões um ano antes. O Ebitda ajustado cresceu 20%, para R$1,2 bilhão, mas a margem nessa métrica caiu de 38% para 25,5%.
– NATURA&CO ON cedeu 1,66%, após trocar de sinal mais de uma vez durante o pregão, em meio à análise da proposta para incorporação da companhia pela sua subsidiária Natura Cosméticos, que se tornaria novamente a holding operacional do grupo e voltaria a ter ações em bolsa, além de mudanças na diretoria, com o presidente-executivo da Natura&Co, Fabio Barbosa, e o diretor financeiro, Guilherme Castellan, deixando seus cargos.