29/04/2016 - 0:00
Neste sábado 30, o Arola Vintetres serve seu último jantar e deixa de ter a assinatura (e as criações) do chef espanhol Sergi Arola no cardápio. Mas o restaurante no último andar do hotel Tívoli, com vista privilegiada de São Paulo, não fechará as portas. Nos próximos meses, a casa vai aderir ao modelo de pop up, no qual grandes chefs assumem o cardápio por um tempo determinado.
A mudança de modelo trouxe um desafio e tanto para a sommelier Gabriele Frizon, que há pouco mais de dois anos é a responsável pela carta de vinhos do Vintetres (o restaurant fica no 23º andar) como de todo o hotel. Agora, Gabriele tem de pensar em rótulos que harmonizem com cada novo cardápio, de chefs de perfis diversos. Precisa, ainda, deixar as garrafas mais clássicas na adega, porque, entre um chef e outro, o restaurante funcionará com um cardápio mais básico. “Troco ideias com o Landgraf por whats app todos os dias”, diz Gabriele. “Pergunto sobre o modo de preparo das receitas, das texturas”, acrescenta.
O paranaense Alberto Landgraf, que ficou conhecido pelo seu trabalho à frente do restaurante Épice, será o primeiro a assumir a cozinha do hotel, entre 9 e 21 de maio. Na última quinta-feira 28, por exemplo, Gabriele degustava os brancos e tintos na feira de vinhos organizada pela importadora Grand Cru pensando se alguns dos rótulos se encaixariam nas criações do chef.
Ela não se interessou apenas em rótulos mais leves e de boa acidez, que tendem a casar com o perfil das receitas de Landgraf, mas também em vinhos que possam combinar com a perfeita união entre a base francesa e os ingredientes brasileiros, que marca o perfil dos próximos chefs. Isso porque entre 30 de maio e 12 de junho, será a vez de Claude e Thomas Troisgros cozinharem juntos em São Paulo.
“Só não consegui pensar ainda nos vinhos mais encorpados”, conta ela. Entre 16 e 25 de junho, o peruano Renzo Garibaldi, do OSSO Carnicería & Salumeria, em Lima, será o piloto da cozinha. Especialista em carnes, ele defende o uso das mãos, ao invés de talheres, por acreditar que assim é possível se conectar mais com a comida.
Agora, é esperar para se surpreender com as harmonizações.