22/07/2016 - 0:00
Expectativas positivas estão aumentando em torno da economia brasileira e isso, por si só, já é um grande avanço! Analistas refazem cálculos de indicadores monetários, do PIB e quetais. Multinacionais desengavetam projetos. Fundos anunciam uma temporada de investimentos pesados no mercado interno. Um leve reflexo na produção começa a ser notado. É o que se pode chamar de retomada do otimismo. Ainda que de maneira cautelosa, à espera da confirmação do processo de impeachment, a onda de percepção de melhora gradual dos fundamentos brasileiros entrou em curso. O Fundo Monetário Internacional, pela primeira vez desde 2012, registrou em relatório na semana passada avanços sólidos no País, destacando inclusive a reviravolta de humor com a subida do índice de confiança. O FMI agora enxerga o Brasil crescendo a taxas positivas a partir do ano que vem, depois de seguidas contrações do PIB, na casa dos 3% negativos. É a mesma impressão colhida entre bancos e empresas. Algumas apostas alcançam o patamar de 6% de crescimento no biênio 2017/2018, mas elas estão vinculadas à permanência de Michel Temer no poder. A gigante canadense Brookfield, que tenta adquirir uma divisão de gasoduto da Petrobras, avaliou que a crise brasileira se apresenta como a melhor oportunidade disponível atualmente na praça global. E pretende lançar ao menos US$ 17 bilhões na empreitada de expansão internamente. Como ela, vários fundos de investimentos internacionais estudam desembolsar juntos, no próximo ano, uma bolada de US$ 50 bilhões por aqui. Parte do dinheiro distribuído por projetos industriais de longo prazo, em fusões e aquisições. Esse desafogo do ambiente onde antes prevalecia um clima negativo é consequência direta da troca de comando na presidência. Os capitais estrangeiros passaram desde então a mostrar inequívoco interesse em aportar os recursos e em participar da retomada. As consultorias acreditam que a inflação vai se aproximar da meta, recuando significativamente, como propõe o Banco Central, e que os juros tendem à queda em breve espaço de tempo. São todos sinais alvissareiros que, em parte, explicam o porquê de pelo menos 50% dos brasileiros desejarem a permanência de Temer no poder, conforme pesquisa Datafolha. Vale a ressalva que, enquanto vice-presidente, o atual mandatário era praticamente desconhecido de grande parte da população e conquistou tais índices de confiança nacional em pouquíssimos meses. A atmosfera mudou e o passo seguinte desse processo é a confirmação de um bom desempenho nos fundamentos macroeconômicos. Já não era sem tempo. Quase seis anos de retrocesso do PIB sob a direção de Dilma Rousseff deixaram um imenso fosso de prejuízos a serem cobertos.