27/02/2018 - 12:16
Mesmo com a oferta pública de aquisição de ações (OPA) aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e com o leilão já marcado para o dia 9 de março, os minoritários da Prumo voltaram a apontar problemas no laudo de avaliação da companhia. O documento chegou a ser questionado pela própria B3.
Depois de idas e vindas, o preço da ação no âmbito da OPA foi definido em R$ 11,50, conforme laudo elaborado pelo Brasil Plural. A instituição financeira refez o laudo, após a Bolsa, por meio de ofícios, exigir atualização do documento. Após isso, no entanto, os minoritários dizem que o Brasil Plural fez uma “conta de chegada”, quando se começa um cálculo sabendo do resultado final, conseguindo manter o valor da ação a ser pago pelo controlador. Embora tenha revisado os números com as mudanças salientadas pela B3, os minoritários apontam que o banco alterou premissas, colocando um cenário mais negativo e não considerou a queda na taxa de juro no Brasil, o que reduz o custo de capital, por exemplo.
Manobra
O grupo tentou conseguir o aval em assembleia, no ano passado, para a elaboração de um segundo laudo. Conforme consultorias contratadas, o preço justo da ação da Prumo deveria ser de, no mínimo, R$ 25, longe do valor que o fundo americano EIG, controlador da empresa, deve pagar. Os minoritários não tiveram, no entanto, sucesso. Isso porque, fora os pequenos, que pediram um novo laudo, a Prumo tem dois minoritários de peso: o fundo árabe Mubadala, com 6,90% da companhia, e o Itaú Unibanco, com 4,74%.
Na verdade, os minoritários conseguiram até deixar o Mudabala de fora da assembleia, ao demonstrar que o fundo estava alinhado ao controlador, mas o Itaú, que chegou a fechar um acordo com a EIG, manteve seu voto e, apesar de se abster em momentos anteriores, votou contra o segundo laudo. Se antecipando à OPA, o EIG tem ido ao mercado, desde o final do ano passado, para comprar ações da Prumo, reduzindo ainda mais a liquidez do papel.
Antes disso. Espólio do antigo “império X”, de Eike Batista, a Prumo é a ex-LLX, que agora promete ter bons resultados operacionais. Prumo e Brasil Plural não comentaram.