12/07/2018 - 11:43
A paralisação dos caminhoneiros, que resultou em bloqueios de estradas de todo o País durante 11 dias do mês de maio, pode ter efeito sobre as vendas do varejo também em junho, após já ter prejudicado os resultados do mês anterior, contou Isabella Nunes, gerente na Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Eatística (IBGE).
As vendas do varejo recuaram 0,6% na passagem de abril para maio. No varejo ampliado, que inclui os segmentos de veículos e material de construção, o recuo foi de 4,9%.
“Não se pode imaginar que logo no começo de junho todo o comércio seja abastecido. Mas isso é informação que a gente vai coletar no mês de junho”, frisou Isabella. “A greve trouxe um choque de oferta, que para se normalizar leva um tempo”, completou.
Segundo a pesquisadora, a conjuntura para o varejo não muda de forma relevante de abril para maio. A greve foi um evento pontual, embora tenha surtido um efeito forte sobre o desempenho de maio, disse ela.
“O varejo ampliado, que inclui a demanda das empresas, sentiu mais (os efeitos da greve)”, apontou Isabella.
Com as perdas de maio, as vendas do comércio varejista estão 7,1% abaixo do pico registrado em outubro de 2014. No varejo ampliado, o volume vendido está 16,0% aquém do ápice alcançado em agosto de 2012.
A situação é mais aguda no segmento de veículos, em que as vendas estão 41,9% abaixo do patamar recorde alcançado em junho de 2012. No caso dos combustíveis, o volume vendido está 24,6% inferior ao auge alcançado em fevereiro de 2014.