Novato na Câmara, o líder do governo na Casa, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), tem enfrentado questionamentos sobre sua capacidade de articular a base de Jair Bolsonaro e já sofre boicote a seu trabalho. Nesta terça-feira, 5, não teve êxito na tentativa de reunir os líderes de partidos aliados pela primeira vez.

O encontro foi marcado via WhatsApp, disparado pela secretária de Vitor Hugo. Na mensagem, eram convidados os líderes da base “do apoio consistente e do apoio condicionado”. O texto irritou aliados.

“Existem dois tipos de líderes? O que ele quer dizer com consistente e condicionado? O trabalho do líder é trabalhar a base, acalmá-la, ter diálogo e esse governo não tem diálogo algum com a Câmara”, afirmou o líder do PRB na Casa, Jhonatan de Jesus (RR).

O fato de Vitor Hugo não ter feito o convite pessoalmente também incomodou. “Ele não teve a coragem de me mandar uma mensagem”, disse Jesus. A insatisfação correu pelos corredores e mobilizou parte dos parlamentares convidados, que não compareceram. Outros apenas passaram pela reunião, ficando menos de dez minutos.

Quem esteve presente contou que Vitor Hugo apenas se apresentou e ressaltou a necessidade de se ter uma boa interlocução com os parlamentares.

Em conversas privadas, líderes partidários afirmam que faltaria a Vitor Hugo acesso fácil e rápido ao primeiro escalão do governo e enxergam nisso um problema. Para eles, é papel do major facilitar a conexão entre os deputados, ministros e o próprio presidente da República. Algo que, segundo eles, não está ocorrendo.

A reportagem apurou que, durante a sessão de votação para a presidência da Câmara, na semana passada, Vitor Hugo ficou ao largo das discussões que aconteciam no plenário.

A indicação de Vitor Hugo foi avalizada pelo ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz. Deputados afirmam, no entanto, que falta ao líder proximidade com outros ministros palacianos, principalmente com Onyx Lorenzoni, da Casa Civil. Procurado, o líder preferiu não se manifestar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.