Ao som de Raça Negra, os foliões que decidiram colocar o bloco e os corpos na Rua dos Pinheiros neste domingo, 24, onde o bloco Confraria do Pasmado comemora 15 anos de atividades carnavalescas, cantaram em coro: “Me ajude a segurar essa barra que é gostar de você”. A coreografia era simples: mãos para cima, segurando uma suposta verga (ou seriam alguns sentimentos pesados?). Foi como se todos compartilhassem de amor mal resolvido e aproveitassem o carnaval para aglutinar o individual no coletivo. Ou o contrário.

“O sofrimento tem de ser coletivo. A dor precisa ser compartilhada”, brincou o economista Leonardo Nunes, de 38 anos. Paulista, mas morando no Rio de Janeiro, Leonardo veio “só para o bloco”, mas tem a desculpa de visitar os pais. Ele segue o Confraria do Pasmado desde o início, há 15 anos, e trouxe a esposa Thaís Nunes, de 36 anos, para conhecer. “É minha primeira vez aqui e estou adorando, bem seguro e tranquilo”, resumiu a carioca, elogiando o pré-carnaval paulista quando comparado com o fluminense. “É importante destacar que o bloco está voltando às origens. Ele cresceu muito por um tempo, mas, agora, está mais tranquilo. Pra quem acompanha, prefiro assim”, continuou o folião.