O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu hoje (18) reduzir a taxa básica de juros – a Selic – de 6% para 5,5% ao ano. A decisão atendeu ao que era esperado no mercado financeiro. Com a redução, a Selic chegou ao seu menor patamar histórico.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Copom tomou uma decisão acertada ao reduzir a taxa de juros. Em nota, a entidade disse que foi uma decisão em um “movimento de continuidade à flexibilização monetária”.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, disse que a expectativa de inflação abaixo do centro da meta em 2019 e em 2020, o ritmo de atividade econômica moderado e a elevada taxa de desemprego corroboraram para a decisão da redução da Selic. “A redução também se fundamenta no avanço da agenda de políticas e medidas que asseguram a estabilidade macroeconômica, principalmente no campo fiscal, como a reforma da Previdência”, disse.

Para a CNI, “a magnitude do ciclo de novos cortes” da Selic em 2019 poderá considerar a evolução das tensões comerciais e geopolíticas no cenário mundial.

FecomercioSP

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) também avaliou como positiva o corte da taxa Selic. Em nota, a federação avaliou que o Copom “não entrou no clima de euforia no início de 2019, resistiu para não diminuir os juros à época, e também não se apavorou quando a inflação deu sinais de elevação diante de um cenário político mais conturbado no primeiro trimestre”. 

Para a entidade, o Copom mostrou independência quando devia e, por isso, a FecomercioSP também acredita que a formalização da independência do Banco Central por parte do governo seria muito bem vista pelo mercado financeiro.

“Para a FecomercioSP, a redução da Selic é indispensável para acelerar a retomada do emprego e baixar o custo da dívida, principalmente, para um país com elevado grau de endividamento como o Brasil”, diz a nota.

A entidade diz que tem a expectativa que o ciclo de quedas na Selic continue no âmbito de um cenário nacional favorável, “visto que mesmo com a recente volatilidade e desvalorização do real frente ao dólar, a inflação se manteve estável”.

Firjan

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) declarou, em nota, que apoiou a redução de 0,5 ponto porcentual da taxa básica de juros da economia. De acordo com a entidade, “a lenta recuperação da economia e o cenário de inflação sob controle abrem espaço para reduções da taxa de juros nas próximas reuniões”.

Na nota, a Firjan “destaca a perspectiva de melhora do ambiente fiscal em função da aprovação da reforma da Previdência na Câmara Federal”.

 A entidade também destaca a importância da continuidade das reformas estruturais para o equilíbrio fiscal, em especial, a inclusão de estados e municípios na reforma previdenciária. “A materialização dessas medidas e a permanente atuação responsável e transparente do Banco Central são fundamentais para a ancoragem das expectativas de inflação e a retomada sustentável do crescimento”, disse a Firjan na nota.
 

* Colaborou Douglas Corrêa