14/11/2020 - 11:50
A gigante de entregas DoorDash planeja abrir capital, aproveitando a tendência crescente de consumidores que adotam os aplicativos de delivery, uma vez que a maior parte da população tem ficado em casa devido a pandemia de covid-19. A empresa, sediada em São Francisco, apresentou documentos na sexta-feira sinalizando sua intenção de oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês).
“A tecnologia mudou o comportamento do consumidor e conduziu uma onda de demanda por conveniência”, disse a empresa em seu prospecto. “Eventos recentes têm acelerado ainda mais essas tendências, puxando o futuro do e-commerce para empresas grandes e pequenas”.
Suas receitas refletem a explosão da demanda por entrega. No ano passado, a DoorDash gerou US$ 885 milhões em receita. Durante os primeiros nove meses de 2020, a receita mais que dobrou para US$ 1,9 bilhão e já vinha crescendo antes da pandemia. Em 2018, ela gerou US$ 291 milhões em receita.
Mas a DoorDash perdeu dinheiro todos os anos desde sua fundação e a empresa alertou potenciais investidores que as perdas podem continuar, já que a empresa antecipa despesas crescentes. Teve prejuízo líquido de US$ 667 milhões em 2019 e de US$ 149 milhões nos primeiros nove meses de 2020. A empresa teve lucro de US$ 23 milhões no segundo trimestre deste ano, mas seguiu com perda de US$ 43 milhões no terceiro trimestre.
A DoorDash disse que espera gastar recursos substanciais no desenvolvimento de sua plataforma, incluindo “expandir nossas ofertas de plataforma, desenvolvimento ou adquirir novos recursos e serviços da plataforma, expandir para novos mercados e geografias e aumentar nossos esforços de vendas e marketing”.
Fundada em 2013 em Palo Alto, Califórnia, a DoorDash tem mais de 18 milhões de clientes e 1 milhão de entregadores que entregam alimentos nos EUA, Canadá e Austrália. Possui mais de 390.000 comerciantes em sua rede.
O anúncio foi feito uma semana depois que as empresas de entrega obtiveram uma grande vitória na Califórnia, onde os eleitores aprovaram a Proposta 22, que permite empresas de entrega tratem os motoristas como contratados em vez de empregados.
Antes que isso, eles enfrentavam um futuro em que teriam que tratar motoristas como funcionários com acesso a benefícios caros, como horas extras e dias de folga por motivo de doença. Empresas de transporte e entrega ganharam uma exceção e, em vez disso, eles vão oferecer benefícios limitados, como subsídios de saúde para motoristas que trabalham 25 horas por semana.
Fonte: Dow Jones Newswires.