30/11/2020 - 11:43
O presidente recém-eleito dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira (30) a ex-presidente do Federal Reserve (Fed) como secretária do Tesouro.
“Janet Yellen é indicada para ser secretária do Tesouro. Se confirmada, será a primeira mulher a comandar o Departamento do Tesouro em seus 231 anos de história”, declarou a equipe de transição de Biden.
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Antecipada na semana passada pelo The Wall Street Journal e confirmada à AFP por uma fonte financeira, a indicação de Yellen, de 74 anos, foi anunciada junto com vários nomes que completarão a equipe econômica de Biden assim que ele assumir o cargo, em 20 de janeiro de 2021.
Biden também disse na segunda-feira que Neera Tanden, presidente do “think tank” Center for American Progress, será nomeada para chefiar o Escritório de Administração e Orçamento, enquanto Wally Adeyemo, um ex-vice-conselheiro de Segurança Nacional, foi nomeado subsecretário do Tesouro, acrescentou a equipe de transição.
Yellen fez história como a primeira presidente do Fed e será desafiada a revitalizar uma economia americana atingida pela crise do coronavírus.
“À medida que começamos a trabalhar para controlar o vírus, esta é a equipe que fornecerá assistência financeira imediata ao povo americano durante esta crise econômica e nos ajudará a reconstruir nossa economia melhor do que nunca”, disse Biden em um comunicado.
Os Estados Unidos sofreram uma forte contração em seu Produto Interno Bruto (PIB) anualizado e perderam dezenas de milhões de empregos enquanto lutava contra o maior surto de covid-19 do mundo.
O pacote de estímulo em massa aprovado no início do ano ajudou a mitigar parte do golpe, mas Yellen provavelmente terá de superar o impasse no Congresso para aprovar mais ajuda. Segundo analistas, a medida é necessária para evitar mais danos econômicos.
Yellen, uma economista entusiasmada com um jeito de falar erudito, às vezes carregado de jargão, é casada com o ganhador do Prêmio Nobel de Economia George Akerlof.
A ex-chefe do Fed tem experiência no mercado trabalhista, uma habilidade valorizada em um momento de crise, quando a pandemia dobrou o desemprego nos Estados Unidos para 6,9%, (3,6% em fevereiro).
Yellen também tem o respeito dos legisladores que lembram de seus esforços para normalizar a política monetária do Fed, após a crise financeira global de 2008.
Próxima à elite econômica progressista, Yellen foi além de Biden ao exigir um imposto sobre as emissões de carbono para combater as mudanças climáticas.
“Precisamos de políticas públicas que visem a fazer uma grande diferença nas mudanças climáticas”, disse ela recentemente.