A região de Madri, uma das mais afetadas na Espanha pela pandemia do coronavírus, antecipou nesta sexta-feira (22) o horário do início do toque de recolher e do fechamento de restaurantes e lojas devido ao aumento das infecções.

Dada a “tendência ascendente” das infecções, surge “um novo cenário que nos obriga a mudar as regras do jogo”, declarou o chefe da Saúde da região, Enrique Ruiz Escudero, em conferência de imprensa.

+ Vacinas da Oxford/AstraZeneca fabricadas na Índia chegam a Aeroporto de Guarulhos
+ Governo inclui caminhoneiros entre os prioritários para vacinação contra covid

A incidência do vírus atingiu um patamar extremamente elevado de 875 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, acrescentou, destacando que cerca de 9% dos novos casos pertencem à nova cepa britânica.

Essa nova variante, cuja incidência dobra a cada semana, e as reuniões realizadas durante o feriado de Natal explicariam a explosão de casos, segundo Ruiz Escudero.

Para tentar conter essa tendência, a região, que até então era uma das menos restritivas do país, decidiu adiar o toque de recolher em uma hora até as 22h, máximo atualmente autorizado pelo governo central.

Além disso, a partir de segunda-feira e por um período mínimo de duas semanas, lojas, bares e restaurantes devem fechar às 21h00. Além disso, nos restaurantes existe um limite de quatro pessoas por mesa.

A região também proibiu encontros de pessoas que não coabitam e convidou os idosos a se confinarem em casa.

Muitas regiões espanholas, competentes em matéria de saúde, pressionam o governo central do socialista Pedro Sánchez para que lhes permita impor um toque de recolher antes das 22h00 e confinamentos estritos da população.

Até agora, o Executivo rejeita e descarta um confinamento estrito como o imposto entre março e junho, um dos mais duros do mundo que deixou a população traumatizada e infligiu graves prejuízos econômicos.

A Espanha registrou nesta semana níveis recordes de infecções, elevando a contagem global para quase 2,5 milhões de infectados e mais de 55.000 mortes.

Isso está causando uma enxurrada de pacientes em hospitais, com níveis de ocupação não vistos desde a primeira onda da pandemia.