21/04/2021 - 20:20
A rede social Facebook acusou nesta quarta-feira (21) o serviço de Inteligência interna da Autoridade Palestina de usar sua plataforma para espionar jornalistas, militantes de direitos humanos e opositores políticos, e procedeu ao fechamento das contas, entre outras medidas.
A gigante americana explicou em um relatório que também identificou operações de espionagem “com motivação política”, realizadas por um grupo que estaria sediado em Gaza e seria afiliado ao Hamas, o movimento islamita que dirige este enclave palestino.
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A Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia, e o Hamas se enfrentarão em eleições legislativas previstas para maio, as primeiras em quinze anos.
Segundo o Facebook, o Serviço de Segurança Preventiva (PSS) da Autoridade Palestina espiona “jornalistas, opositores do governo chefiado pelo Fatah, militantes de direitos humanos e grupos armados”, principalmente em Cisjordânia, Gaza e Síria, mas também em outros países, como Turquia, Iraque, Líbano e Líbia.
O PSS usou “programas de espionagem pouco sofisticados, disfarçados de aplicativos de mensagem segura” para infiltrar os aparelhos Android e coletar informação como a “lista de chamadas, a localização, a lista de contatos e os SMS”, segundo o informe.
De acordo com o Facebook, o serviço de Inteligência utilizou contas falsas pertencentes a jovens mulheres, mas também a “partidários do Hamas, do Fatah, a diversos grupos militares, a jornalistas e militantes” para “criar um clima de confiança com as pessoas afetadas e incitá-las a instalar programas maliciosos”.
O relatório também menciona “operações de ciberespionagem auspiciadas por um Estado”, em alusão às atividades do grupo Arid Viper que, segundo especialistas, faz ataques informáticos contra Israel a partir da Faixa de Gaza desde 2013.
Mas, segundo o Facebook, o grupo também tem como alvo palestinos, particularmente “pessoas vinculadas a grupos pró-Fatah, organizações governamentais palestinas, pessoal militar e de segurança e grupos de estudantes” nos territórios palestinos.
A Arid Viper usou “mais de uma centena de páginas da internet que contém programas maliciosos IOS e Android, para tentar roubar os códigos de acesso com técnicas de suplantação de identidade (phishing) ou agindo como servidores de controle”.
Consequentemente, o Facebook suprimiu contas consideradas afins a PSS e Arid Viper, “difundiram a assinatura dos programas maliciosos, bloqueando páginas associadas a estas atividades e preveniram as pessoas” afetadas.