Na segunda-feira (30), representantes do agronegócio divulgaram uma carta em que saem em defesa da democracia no Brasil. O documento foi divulgado em meio à crise institucional entre os poderes executivo e judiciário e na esteira do imbróglio envolvendo a publicação de um manifesto semelhante pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

As entidades citam a liberdade “para empreender, gerar e compartilhar riqueza, para contratar e comercializar, no Brasil e no exterior”, e afirma que é o Estado Democrático de Direito que assegura essa liberdade empreendedora. Sem mencionar o presidente Jair Bolsonaro, a carta critica a “politização ou partidarização nociva” que agrava os problemas atuais da sociedade. E reforça que há mais de três décadas o Brasil tem alternância de poder e eleições legítimas e frequentes.

Fiesp recua; agronegócio faz manifesto pela democracia

É um posicionamento bem-vindo do setor. Poderia ter sido feito antes, é verdade. Os arroubos autoritários do presidente Jair Bolsonaro não são novidade e já criaram problemas inclusive para o agronegócio. Quem não se lembra da polêmica envolvendo a mudança da embaixada brasileira em Israel? Até a ministra Tereza Cristina precisou intervir e negociar com os árabes para impedir o incidente diplomático de prejudicar as exportações para um mercado tão relevante.

Assinam o manifesto a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira dos Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma), Associação Brasileira dos Industriais de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), CropLife Brasil, Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg). São entidades importantes que têm peso nas decisões do setor. 

Mas faltam muitas outras. É preciso um posicionamento mais claro e que essa seja apenas a primeira manifestação das empresas e organizações do agro a favor da democracia.