06/09/2021 - 18:35
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) – Em uma série de decisões às vésperas das manifestações do 7 de Setembro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou à Polícia Federal que prendesse dois bolsonaristas por ameaças a instituições e à corte, cumprisse sete mandados de buscas e apreensão e ainda que o Banco Central bloqueasse contas bancárias para evitar saques que pudessem financiar manifestações violentas e antidemocráticas.
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As decisões foram expedidas por Moraes nos últimos dias e tornadas públicas nesta segunda-feira, na véspera do feriado. Todas as medidas foram requisitadas pela Procuradoria-Geral da República.
Por ordem de Moraes, a PF já prendeu preventivamente em Santa Catarina Márcio Giovani Nique, conhecido nas redes como professor Marcinho.
Em uma rede social, Nique disse que um empresário estaria oferecendo dinheiro pela “cabeça” do ministro Alexandre de Moraes, “vivo ou morto”. Citou também que existiria um agrupamento de pessoas que iria atrás do ministro do Supremo Tribunal Federal.
Houve também uma ordem de prisão preventiva expedida contra Cassio Rodrigues de Souza, que também fez ameaças.
FLAGRANTE E BLOQUEIOS
O ministro do Supremo também determinou o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão, entre eles do prefeito de Cerro Grande do Sul (RS), Gilmar João Alba, portando grande quantia em espécie, conforme comunicado pela CPI da Covid, que seria usado para financiar atos ilegais.
O STF ordenou ainda o bloqueio de contas bancárias e chaves PIX de pessoas e instituições que, em tese, estariam envolvidas no financiamento de manifestações violentas e antidemocráticas programadas para o feriado. Entre os envolvidos, constam a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e Associação Nacional dos Produtores de Soja (Aprosoja).
A assessoria de imprensa da Aprosoja-MT confirmou a busca e apreensão realizada pela PF.
A reportagem não conseguiu contato de imediato com os demais envolvidos nas ações determinadas pelo Supremo.
Responsável por uma série de investigações contra Bolsonaro no STF, Moraes deverá ser um dos principais alvo das críticas do presidente e de simpatizantes nas manifestações de terça-feira.
Em sua escalada contra a cúpula do Judiciário nos últimos dias, Bolsonaro pediu o impeachmnt de Moraes –que foi barrado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG)– e ameaçou reagir fora das quatro linhas da Constituição contra o magistrado.
O Supremo reforçou a segurança do seu prédio e a dos ministros da corte e seus familiares em razão dos protestos. O esquema de segurança especial do STF conta com o apoio da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.