05/10/2021 - 21:43
O Sistema Solar possui quatro planetas rochosos, incluindo a Terra, e quatro gigantes gasosos. Mas cientistas afirmam que além da órbita de Netuno, na região conhecida como Cinturão de Kuiper, pode existir um corpo celeste grande escondido lá – pelo menos pode ter havido no passado.
Essa descoberta faz parte do estudo publicado na edição de setembro do periódico científico Annual Review of Astronomy and Astrophysics.
+ Modelos matemáticos possibilitam a descoberta de planetas, como Netuno
Segundo o site americano Tech Radar, os astrônomos Brett Gladman, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, e Kathryn Volk, da Universidade do Arizona (EUA), afirmam que modelos computacionais indicam que a probabilidade de um planeta do tamanho de Marte orbitar no Cinturão de Kuiper é de pelo menos 50%, embora possa ter sido ejetado do Sistema Solar no passado.
Ele seria diferente do chamado Planeta Nove, que se acredita ser um gigante gasoso do tamanho de Netuno muito além do cinturão, salienta o site.
Para ter uma noção de como se formou nosso Sistema Solar, pesquisadores como Gladman e Volk normalmente usam computadores poderosos para fazer simulações com diferentes variáveis e verificar como as mudanças em qualquer uma delas afetaria o resultado, explica o Tech Radar.
No estudo atual, várias simulações revelaram que nosso Sistema Solar se forma quando há um nono planeta rochoso orbitando no Cinturão de Kuiper.
O site americano lembra que outros cientistas planetários também estão encontrando resultados semelhantes em suas simulações, incluindo Kedron Silsbee, do Instituto Max Planck de Física, na Alemanha, e Scott Tremaine, do Instituto de Estudos Avançados dos EUA.
Nessas simulações, os nossos oito planetas vizinhos não estavam em suas órbitas originais, e às vezes nem mesmo na mesma ordem. A computação sugere que os gigantes gasosos podem ter tido ajuda adicional para chegar às suas posições atuais, diz o Tech Radar.
Algum outro grande objeto do Sistema Solar pode ter sido puxado pelos gigantes gasosos e, eventualmente, empurrado em direção à periferia, ou mesmo forçado a sair.
“Nossas simulações descobriram que em cerca de 50% dos casos, todos os planetas do tipo Marte no Sistema Solar foram ejetados para o espaço interestelar”, afirma Scott Tremaine, citado pelo site americano.