15/12/2021 - 20:02
O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu nesta quarta-feira, 15, que sente “certa frustração” por não ter avançado na agenda de reformas. Além da reforma tributária, ele citou a reforma administrativa entre as frentes em que gostaria ter avançado mais, porém lembrou que a pandemia, ao abrir um estado de “economia de guerra”, obrigou o governo a deixar de atacar despesas para enfrentar os efeitos da crise sanitária.
O comandante da equipe econômica acompanhou hoje o presidente Jair Bolsonaro (PL) num encontro com empresários na sede da Fiesp, no qual voltou a desafiar economistas que preveem recessão econômica no ano que vem. “Eu vejo que estamos no caminho da prosperidade”, disse Guedes.
Em resposta à desconfiança do mercado sobre a situação fiscal do País, o ministro disse também que a dívida pública está em 80% do PIB, e não 100% como se previa anteriormente.
Numa nova defesa sobre a proposta de tributação dos dividendos distribuídos por empresas, o ministro observou que o Brasil, diferentemente dos membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde pretende ingressar, é o único país que tributa os mais pobres.
Guedes voltou a dizer que o Brasil está numa transição a investimentos de uma economia cujo crescimento é baseado em consumo. Nesse ponto, afirmou que a taxa de investimentos está voltando para 20% do Produto Interno Bruto (PIB). “Queremos uma economia de mercado. Antes, era para os amigos de Brasília”, declarou Guedes, tentando diferenciar a política econômica atual da conduzida por governos petistas.
Durante o evento na Fiesp, Guedes voltou a dizer que o governo colocou o Brasil de pé depois do choque da pandemia, preservando 11 milhões de empregos, e, ao lado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, procurou destacar os avanços na área do colega. Por exemplo, o marco da cabotagem, disse Guedes, será importante para as ambições do Brasil de entrar na OCDE.
Em sua participação, Tarcísio sustentou que o governo está transformando o setor de aviação, que receberá “investimentos pesados” e terá cada vez menos burocracia para o brasileiro “pegar o gosto por voar”. Além disso, em julho de 2022, ativos da Infraero serão transferidos para a iniciativa privada, informou Tarcísio.