Pequenas e micro empresas voltaram a estocar peças por medo de pedidos não serem atendidos por conta da falta de material para produção. De acordo com pesquisa Datafolha encomendada pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), no mês de dezembro 83% das micro e pequenas indústrias relataram alta de preços em matérias-primas e 51% disseram que ainda havia falta de produto nos fornecedores.

A pesquisa também aponta a preocupação do sindicato com a elevação de custos como energia elétrica, água e logística, segundo a Folha de SP.   

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O jornal pegou o exemplo de algumas empresas. A solução da Invent Smart Intralogistics Solutions foi estocar um ano de produção das peças que servem para a fabricação de esteiras eletrônicas usadas em aeroportos e centros de distribuição de grandes empresas.

Outro problema enfrentado pelas indústrias desde o início da pandemia foi o preço da caixa de papelão e do polímero bruto, usado na confecção de materiais em plástico  EVA. As primeiras eram encontradas por R$4,80 no começo de 2020 e agora estão custando R$8,80. Já o composto químico chegou a subir 150% e agora é negociado pelo dobro do preço. 

“Todo mundo sempre dizia que ter estoque é ruim, porque é dinheiro parado, mas nunca achei que fosse boa ideia não ter produto, porque minha venda é sazonal e não posso correr o risco de não fazer [o negócio]”, disse o diretor-executivo da empresa MMP, Cesar de Oliveira Guimarães, à Folha. 

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) a capacidade de produção do setor está em 68% e os estoques ainda estão em patamares estáveis e baixos. 

O Economista Rafael Cagnin, do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) foi ouvido pelo jornal e acredita que a subida dos casos da variante do coronavírus pode fazer com que a normalização das cadeias de distribuição se torne mais imprevisível.