25/02/2022 - 23:30
A Rússia, perante a aliança dos países da OTAN na ajuda à Ucrânia, poderá estar preparando algo maior. Sabemos que esta é uma guerra que vai muito além das fronteiras e das armas num mundo ligado por Internet e pelos milhares de satélites posicionados acima da Terra. O alerta foi dado pelo diretor do Escritório Nacional de Reconhecimento nos Estados Unidos.
Os serviços de comunicações e GPS poderão ser colocados em risco com um possível ataque militar russo aos satélites.
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O diretor do Escritório Nacional de Reconhecimento nos Estados Unidos – NRO -, Christopher Scolese deixou um alerta importante aos operadores de satélites. Scolese acredita que a Rússia poderá atacar satélites para interromper comunicações e serviços GPS como parte da estratégia militar da invasão da Ucrânia e, por isso, pede que a proteção a estes sistemas seja reforçada.
Na Conferência Espacial de Defesa e Inteligência da National Security Space Association, o chefe da NRO relatou que é evidente que a Rússia está comprometida em fazer o que quer na Ucrânia e “o que a Rússia quer é vencer”. Por isso, se o conflito em “Terra” ficar fora de controle, há uma grande probabilidade de os ataques subirem para o “Espaço”.
Além disso, sem explicitar que ações a Rússia pode tomar, Scolese afirmou que é fácil, com base no comportamento passado, imaginar que já se encontram em curso algumas interferências nos satélites de navegação e localização GPS, por exemplo.
A NRO opera satélites espiões que pertencem ao governo norte-americano, mas a captura de imagens e informações não estão apenas confinadas a satélites geridos pelo governo, sendo cada vez mais essa captura feita e distribuída por operadoras de satélites comerciais como a Maxar, Planet e BlackSky.
É neste sentido que qualquer tentativa de interromper a capacidade de recepção de informação por parte dos Estados Unidos pode ter consequências tanto no setor privado como público.
A verdade é que há muito que os militares dos Estados Unidos temem que a Rússia e a China consigam bloquear os sinais GPS e os satélites de comunicação durante um conflito, algo que colocaria em risco de forma substancial a ação de defesa e controle aéreo e terrestre.
Além de colocar em risco o sinal de GPS através de ataques de interferência eletrônica. Num conflito militar ativo, mesmo breves falsificações ou cortes de sinal podem fazer a diferença se combinadas com outras operações. Uma falha neste sistema de navegação pode causar estragos em todas as atividades militares envolvendo aeronaves, navios, munições, veículos terrestres e tropas terrestres.