31/03/2022 - 18:37
Através de sua conta oficial no Twitter, o advogado Nauê Bernardo alegou ter passado por uma situação constrangedora no Supremo Tribunal Federal (STF). “Chegar no Supremo de carro bom e ser confundido com motorista: check”. O caso ocorreu na terça-feira, 29, quando o advogado estava estacionando o carro no STF. Na ocasião, o segurança acenou para que ele deixasse o veículo com as pessoas que estavam com ele e fosse embora. Nauê narrou que o funcionário repetiu a solicitação e só depois aparentou ter notado que o advogado não ocupava o cargo de motorista. “Pra galera branca do ‘meu avô é negro’, bora trocar de pele um dia só”, sugeriu no post em relação ao episódio.
Com a repercussão do caso, o advogado se pronunciou novamente nas redes para agradecer o apoio que recebeu e enfatizar que “não há problema em ser motorista. O problema é achar que um negro só pode ser motorista”, escreveu.
Além disso, Nauê também pediu para que os internautas não atacassem o STF e o funcionário que o confundiu. Pois, segundo ele, o que interessa neste caso é reconhecer o que aconteceu e não individualizar o problema. “É responsabilidade de todos e todas, especialmente quem não sofre com isso”.
Sobre possíveis penalidades contra o segurança, ele informou que não planejava solicitar “nenhum tipo de punição administrativa ou penal”. Sobre esta questão, ele reforçou: “Não é sobre mim ou sobre o segurança, é sobre a estrutura”. Ele sinalizou que vai seguir com o assunto de maneira institucional.
A reportagem do Estadão entrou em contato com Nauê, mas ainda não houve retorno.
COM A PALAVRA, O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
“O Supremo Tribunal Federal apura mais informações sobre o ocorrido, mas, desde já, informa que os funcionários são treinados para tratar todos os visitantes com cordialidade e respeito, e as abordagens são previstas em manuais de orientação e referência.
O STF rechaça qualquer tipo de tratamento desrespeitoso ou preconceituoso, e está sempre atento para melhoria de suas práticas internas. O presidente do STF, ministro Luiz Fux, conversou nesta quarta (30) com o advogado, informou que o caso está em apuração e lamentou o episódio.”