16/07/2022 - 0:23
Arqueólogos fizeram uma descoberta de um zoológico de 6 mil anos de idade, no Egito, que foi carinhosamente apelidada, por uma dos pesquisadoras envolvidas, como “a descoberta mais emocionante já feita”.
A descoberta foi feita na cidade de Kom el-Ahmar, ou em seu nome grego, Hierakonpolis, ou (Cidade do Falcão). Ela possui um nome grego porque os gregos exerceram muita influência no Egito. A própria Cleópatra vinha da dinastia Ptolomaica, que tinha sua origem em um general grego.
+ Centenas de sarcófagos, múmias e estátuas são encontradas no Egito
Hierakonpolis é uma cidade muito antiga. Ela foi a capital do Alto Egito (a porção egípcia “embaixo”, no mapa) entre 3200 aC e 2686 aC, período durante o fim da pré-história egípcia, um período conhecido como período pré-dinástico.
Esse período apenas como uma cidade de fato. Sua origem como assentamento, ou um ponto qualquer de concentração de habitações humanas, pode remontar a mais de 4.000 a.C., como relata o Daily Express.
Embora seja tão antiga, a cidade, entretanto, foi descoberta apenas no final do século XIX por cientistas ingleses, e os maiores esforços de exploração se iniciaram em 2001, com a liderança da Dra. Renee Friedman.
A Dra. Friedman possui até mesmo uma série em um canal de TV inglês, intitulada ‘Ancient Mysteries: Animals of Egypt’s Underworld’ (Mistérios Antigos: Animais do Submundo Egípcio, na tradução para o português). Na série, ela aborda um pouco sobre os deuses e a zoomorfia da religião do Egito Antigo.
A importância do local
“Hierakonpolis é um local muito importante para o início da civilização egípcia. É conhecido por ser um local importante há mais de 100 anos, artefatos muito importantes foram encontrados lá em 1898”, relata ao Express a Dra. Friedman.
“Encontramos este cemitério e começamos a escavá-lo, mas não apenas encontramos sepulturas humanas, como encontramos esses animais muito estranhos que levamos algum tempo para descobrir o que eram”, conta.
Ela relata que eles chegaram ao ponto de encontrar, em uma cova, sete babuínos, um gato selvagem e um hipopótamo, junto a humanos. Quanto mais os pesquisadores escavavam, mais animais eram encontrados.
Primeiro zoológico da história
Muitas das ossadas desses animais são capazes de mostrar que muitos deles possivelmente sofreram ferimentos bastante graves, e que foram tratados por cuidados humanos.
Ela acredita que isso é, possivelmente, a indicação de animais expostos em um local. Ou seja, o sítio arqueológico pode se tratar do primeiro zoológico da história, conforme a Dra. Friedman.
“Então, esses animais foram mantidos vivos no local, não acho que o objetivo era realmente enterrá-los, acho que era para exibi-los”, conta. Ela não acha que esse caso, especificamente, possui uma relação religiosa, mas uma forma de demonstração de poder.
“Ter esses animais provaria que o governante do local era muito rico e poderoso – matar animais era fácil, mas trazê-los de volta vivos é muito mais difícil – imagine um elefante, leopardo ou leão”.
São tantos ossos no zoológico de 6 mil anos, que enquanto ela gravava um dos episódios e mexeu em uma das paredes, um osso de babuíno saiu em sua mão. E acredite, isso não foi algo combinado.
Mesmo após ter encontrado tantas coisas bizarras, somente 20% da área foi escavada, ou seja, muita coisa ainda permanece em segredo, e muitos mistérios ainda aguardam ser desvendados.