A mais nova reviravolta no mercado de seguros vai pegar o Bradesco em posição de vantagem. A iminente entrada no mercado do VGBL, um seguro de vida que funciona como alternativa de poupança de longo prazo aos já conhecidos PGBLs, vai servir de gancho para o grupo armar uma ofensiva para ampliar sua liderança no mercado de previdência e seguros de vida. O Ministério da Fazenda decidiu na semana passada que o produto vai ser isento de IOF e, com isso, vai oferecer vantagens fiscais a poupadores que não pagam Imposto de Renda ? ou não fazem a declaração completa ? e que, por isso, não teriam interesse nos tradicionais PGBLs. O Bradesco, dono de 54% da carteira de investimentos em PGBLs no Brasil, vai usar sua rede de agências para vender a novidade e tentar ampliar a liderança que tem também em seguros de vida. A meta é elevar a participação de mercado dos atuais 17,8% para mais de 20% ainda este ano.

O projeto é tão sério para o grupo que a área de seguros foi inteiramente reformulada. A carteira de seguros de vida saiu de dentro da Bradesco Seguros para a empresa de previdência privada aberta do grupo, dando vez para o nascimento da Bradesco Vida e Previdência. O diretor-presidente da empresa, Antonio Lopes Cristovão, prevê uma revolução no mercado com a chegada do novo produto. ?O mercado vai ser dividido em antes e depois do VGBL?, afirma. A Superintendência de Seguros Privados prometeu a aprovação final para junho. No dia seguinte à autorização, o Bradesco põe o produto nas agências. Os concorrentes mais fortes, avalia Cristovão, serão as seguradoras que também têm acesso a redes vastas, como as americanas Principal, que tem acordo com o Banco do Brasil, e AIG, que é parceira do Unibanco. A Bradesco Vida e Previdência, que acaba de atingir um milhão de participantes em seus PGBLs, vai oferecer o produto aos mais de 11 milhões de correntistas do banco que controla o grupo. ?Achamos que a penetração de nossos produtos ainda tem muito a crescer?, explica Cristovão.