Na tarde desta quarta-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o governador do Pará, Helder Barbalho. Ainda no Palácio do Planalto, os dois juntos anunciaram que Belém, a capital do estado, fora escolhida para sediar a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP-30. Isso, caso a Organização das Nações Unidas (ONU) aceite a candidatura brasileira lançada pelo próprio Lula durante a COP-27, no Egito, em novembro passado. A decisão sobre a sede da COP-30 ocorrerá em dezembro deste ano.

A negativa pode vir, mas é altamente improvável: após quatro anos das arbitrariedades impetradas contra a agenda ambiental pelo governo de Jair Bolsonaro, a gestão Lula com sobrenome Marina da Silva é um alívio para a comunidade internacional. Nada mais natural do que chancelá-la em sua própria casa.

Concretizado o plano, desenha-se grande oportunidade para o País e para as empresas brasileiras de todos os setores econômicos. Das tradicionais às greentechs. É hora, portanto, de abrir espaço na agenda e nas reuniões estratégicas para planejar o caminho que as organizações vão percorrer até lá e como será sua participação no evento. Afinal, faltam apenas dois anos.

Para os executivos que ainda não enxergam a relevância que a COP tomou para a iniciativa privada, sugiro uma conversa com alguns que estiveram no Egito. No LinkedIn é fácil achá-los. De vários com quem conversei no pós-evento ouvi opinião quase uníssona: com a dificuldade de se chegar a um consenso entre todos os países presentes, a Cúpula está perdendo espaço como fórum de decisões sobre políticas públicas e ganhando como ambiente de negócios para o setor privado.

Ainda faltam números de quanto se movimenta por lá. Mas contatos são feitos; reuniões, realizadas; e contratos, fechados. Some-se a isso que em 2025 faltarão apenas cinco anos para o fim da década, prazo limite para o cumprimento das metas estipuladas na Agenda 2030 e também por diversas companhias para seus projetos de redução de impactos ambientais ou reparações sociais. Executivos estarão correndo contra o tempo para cumprir acordos anunciados ao mercado. E nada melhor do que a pressa e a pressão para que os olhos e ouvidos estejam abertos a ideias inovadoras que contribuam para o alcance do resultado esperado.

Oportunidades como essa no quintal de casa são raras. Precisam ser aproveitadas, o que vale dizer que esteja sua empresa no lado de quem estará com a batata-quente na mão ou no lado de quem tem a solução, prepare-se, pois a COP-30 certamente será o evento mais importante que seu CEO deve estar nesta década.

 

 

 

LEGENDA (Crédito: Istockphoto)