Por Ana Mano

SÃO PAULO (Reuters) – A BRF está otimista com a reabertura da China depois que as comemorações do Ano Novo sinalizaram um retorno à normalidade no gigante importador de alimentos, disse o CEO da companhia, Miguel Gularte, em evento nesta terça-feira.Gularte afirmou que o comportamento dos consumidores da China voltou aos padrões pré-pandemia, referindo-se a viagens e pessoas comendo fora durante o feriado chinês.

Ele acrescentou que a BRF fez investimentos durante a pandemia e está preparada para atender ao aumento da demanda por alimentos.

Gularte, que assumiu o comando da empresa em agosto, disse que a perspectiva positiva ocorre em meio à reestruturação da BRF.

“Temos a tranquilidade de saber que o que produzimos vamos vender”, disse ele. “Este é um setor onde a demanda supera a oferta”.

O executivo ressaltou que a BRF fez sua lição de casa após anos de mudanças de gestão e desempenho operacional fraco. Ele disse que a empresa está pronta “para evoluir e criar valor”.

Como parte da reviravolta, Gularte disse que a BRF está empenhada em flexibilizar as operações, o que significa que a empresa pretende capturar mais rapidamente as oportunidades de vendas de alimentos, seja no mercado interno ou externo.

Isso, juntamente com as melhorias operacionais internas em andamento, permitirá transformar a BRF mais rapidamente do que o mercado supunha, disse Gularte. A companhia é a maior exportadora de frango do mundo.

Ao longo dos anos, a concorrência de frigoríficos como o JBS e as más decisões de seus gestores fizeram com que a empresa perdesse parte de seu destaque, embora continue grande.

Gularte disse que a BRF abate 10 milhões de suínos por ano e 1,5 bilhão de frangos.

Além da China, o Oriente Médio continuará sendo um mercado prioritário para a BRF, onde é um dos principais fornecedores de alimentos halal, que são produzidos de acordo com as exigências da religião muçulmana.

Ele acrescentou que as economias da região são menos suscetíveis a turbulências, e isso ajuda a BRF a capitalizar onde já é forte.

A companhia processa suínos e aves e obtém a maior parte de sua receita no Brasil, onde planeja aumentar a participação de mercado de suas conhecidas marcas Sadia, Perdigão e Qualy, completou o CEO.

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