08/03/2023 - 11:19
“Pessoas reais que prezam pelo autocuidado mesmo na correria do dia a dia”. A chamada para conhecer e consumir os produtos da Biessence é parte do sucesso da empresária Roberta Gomes, que começou seu negócio com um aporte de R$19 mil em um momento teoricamente pouco interessante para o mercado – a pandemia da Covid-19. Em 2022, ela fechou o ano com R$18 milhões de faturamento anual à frente da marca.
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Em 2018, Roberta trabalhava como operadora de call center. Nascida em Lajedinho, no interior da Bahia, ela recorda dificuldades. “Cresci na roça”, conta a empresária que, sem luz elétrica, ausência de vaso sanitário, papel higiênico e até sabonete, migrou para São Paulo aos 17 anos para tentar outra vida.
Aos 22 anos, iniciou sua carreira com vendas pelo telefone. “Minha vida inteira foi no call center, só mudei de ramo. Já trabalhei até em uma empresa que vendia caixão”, conta.
Na casa dos 30 anos de idade, foi diagnosticada com câncer no estômago e se afastou do trabalho para lidar com cirurgia e quimioterapia. Em meio a esse momento difícil, tomou coragem e decidiu abrir a própria empresa. Os R$19 mil eram as últimas economias de Roberta e do marido. Em meio a doença e a falta de emprego, ela usou o valor para tocar o próprio negócio.
Primeiro negócio de sucesso
Um sérum facial e um creme para celulites eram os únicos produtos da loja online. “Em março de 2020, peguei o único capital que eu tinha e investi em uma mídia na televisão. Alguns dias depois, fomos surpreendidos pela pandemia. Recebi pouquíssimas ligações como resultado do anúncio e a maior parte eram de curiosos sobre a loja na pandemia”, conta Roberta.
O isolamento da pandemia começou e a empreendedora sentou para pensar em ideias novas, já que o espaço físico de seu negócio seria prejudicado. Assim, ela garantiu a criação do carro-chefe da Biessence hoje.
“Pensei: o que as pessoas vão fazer de casa? Vão ter que fazer sexo. Foi daí que surgiu a ideia de criar um estimulante sexual. Por eu já ter trabalhado em call center vendendo maca peruana [tubérculo conhecido popularmente como “viagra dos incas”], eu não acreditava nele. Decidi então criar minha própria fórmula”, diz ela.
A empresária também desenvolveu a linha MaxFemme, estimulante sexual feminino, buscando expandir os negócios para esse público. Com o impulsionamento, a empresa cresceu e hoje conta com dez linhas entre pílulas para estimulação sexual, memória, controle do diabetes, além de cosméticos – todos, segundo a empresa, regularizados na Anvisa.
Roberta assumiu sozinha o marketing e sua primeira estratégia de divulgação do recém-nascido Virilimax foi uma inserção no canal à cabo de filmes de ação Space. “Eu lembro que era um final de semana e estava passando ‘Stallone Cobra’. Entrou o meu comercial de um minuto e na hora recebi 340 ligações. Eu tinha três pessoas trabalhando no atendimento e na segunda-feira eu já tinha seis mil ligações”, recorda.