Em entrevista para jornalistas nesta quarta-feira (24), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou a aprovação do texto-base do novo regime fiscal na Câmara dos Deputados. O placar apareceu com folga, sendo 372 votos a favor, contra 108, na forma do parecer do relator, deputado Claudio Cajado (PP-BA). O projeto objetiva substituir o atual teto de gastos.

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“O que se notou ontem é que é possível um bom projeto você angariar o apoio expressivo dos parlamentares. Dizia-se muito que a composição da Câmara, ou do Senado, iam ser obstáculos às reformas que o país precisa, e estamos vendo que com bom senso, diálogo, disposição, com disponibilidade, sempre abertos a ouvir, o entendimento é possível, e o Brasil precisa disso”, afirmou o ministro. 

“Eu sempre disse e deixei claro que o desenho da regra fiscal foi elogiado por todo mundo. Os parâmetros tem debate, mas é natural que haja debate [sobre os parâmetros]. Isso vale para qualquer regra. Quando resolvemos fazer o regime de metas de inflação, todo mundo abraçou, e a meta ficou sendo discutida durante anos, mas ninguém discutiu o desenho. Você tem um desenho que é elogiado por todos, mas os parâmetros que foram estabelecidos pelo relator são os que angariaram quase todalidade do Congresso. Não é fácil conseguir um placar desse [ 327 votos contra cento e poucos]. O ponto de equilíbrio num Congresso heterogêneo vai acabar desagradando algumas pessoas”, acrescentou Haddad. 

Questionado se o arcabouço é vitória do governo, Haddad declarou que acredita que todos estão ‘bem’, citando o presidente da Câmara, Arthur Lira, o relator Claudio Cajado e o governo.

“Muito ou pouco apertada [ a votação ], tínhamos que sair daquela armadilha, sair responsavelmente. Penso que qualquer investidor que saiba fazer conta vai ver que é uma regra dura. (…). Não é uma regra para uma governo, está fazendo uma regra para durar”, finalizou diz Haddad sobre vitória do arcabouço na Câmara.