O dólar cedeu ante o real pelo terceiro dia consecutivo nesta quinta-feira, 8, para abaixo dos R$ 5,60, em mais uma sessão marcada pela busca global por ativos de maior risco, após dados do mercado de trabalho norte-americano reduzirem os temores de uma recessão no curto prazo.

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O dólar à vista fechou o dia em queda de 0,89%, cotado a R$ 5,5737. Esta é a menor cotação de fechamento desde 23 de julho, quando atingiu R$ 5,5665. Veja cotações.

Desde terça-feira a moeda norte-americana à vista acumula baixa de 2,92%. Na segunda-feira, os receios de que os EUA possam estar a caminho de uma recessão fizeram o dólar chegar a ser cotado a R$ 5,86.

Às 17h05, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,18%, a R$ 5,5875 na venda.

O Ibovespa fechou em alta novamente nesta quinta-feira, favorecido pelo viés positivo de Wall Street, em sessão marcada pela repercussão de uma série de resultados corporativos na bolsa paulista, entre eles o de Embraer, que ficou acima do esperado, fazendo sua ação disparar 9%.

Investidores ainda aguardam uma bateria de balanços após o encerramento dos negócios na B3 nesta quinta-feira, incluindo os números de Petrobras, Suzano, Lojas Renner, B3 e Sabesp, entre outros.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,9%, para 128.660,88, maior patamar de fechamento em três semanas, tendo tocado 128.792,99 pontos na máxima e 127.515,17 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somava R$ 20,4 bilhões.

O dia do Ibovespa

Investidores ainda aguardam uma bateria de balanços após o encerramento dos negócios na B3 nesta quinta-feira, incluindo os números de Petrobras, Suzano, Lojas Renner, B3 e Sabesp, entre outros.

Em Nova York, o S&P 500 avançou 2,3%, com novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos trazendo algum alívio em temores recentes sobre o ritmo de desaceleração da economia norte-americana. Na semana até 3 de agosto, os pedidos de auxílio-desemprego caíram mais do que o esperado.

“A aversão ao risco prevaleceu nos últimos dias devido ao receio de uma desaceleração mais severa da economia americana”, observou o analista-chefe da Levante Inside Corp, Eduardo Rahal. “Nesse sentido, os dados de hoje (de auxílio-desemprego) foram bem recebidos pelos mercados”, acrescentou.

 

DESTAQUES

– EMBRAER ON disparou 9,99% após alta de 50,6% no lucro líquido ajustado do segundo trimestre, para 416 milhões de reais, em resultado acima do esperado, com receitas avançando 23%. O CFO disse que a Embraer caminha para cumprir guidance do ano. Ainda no radar, o chefe da operação brasileira da Latam Airlines disse que a empresa está analisando opções para ampliar sua frota, incluindo os jatos E2 da Embraer.

– PETROBRAS PN fechou negociada em alta de 1,6%, endossada pelo avanço de mais de 1% do petróleo no exterior, antes da divulgação do balanço após o fechamento do mercado. Além dos números em si, agentes financeiros aguardam decisão da estatal envolvendo a distribuição de dividendos. No noticiário, fontes afirmaram à Reuters que a Petrobras conseguiu duas aprovações junto ao Ibama para ampliar sua produção no pré-sal.

– DEXCO ON saltou 5,95%, em meio à repercussão positiva do balanço do segundo trimestre da empresa de materiais de construção, com lucro líquido recorrente de 126,3 milhões de reais e Ebitda ajustado recorrente de 376,5 milhões de reais. Analistas do JPMorgan destacaram que os números foram “sólidos”, com o Ebitda superando suas previsões e as do mercado, e que a companhia está entregando seu plano de “turnaround”.

– ULTRAPAR ON desabou 5,94%, mesmo após dobrar o lucro líquido no segundo trimestre, com a principal divisão, Ipiranga, mostrando forte crescimento no desempenho operacional. O Ebitda ajustado recorrente aumentou 37%. Na véspera, as ações já tinham fechado com um salto de 8%. O CEO da divisão Ipiranga disse que o mercado de combustíveis no país deve ser mais equilibrado no segundo semestre.

– CVC BRASIL ON caiu 1,6%, tendo no radar prejuízo líquido de 22,2 milhões de reais para o segundo trimestre, que, no entanto, foi 86,7% menor do que o resultado negativo apresentado no mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado passou de negativos 16,2 milhões de reais para 70,3 milhões de reais. Na quarta-feira, os papéis tinham disparado quase 10%.

– BANCO DO BRASIL ON fechou em baixa de 0,42%, distante da mínima do dia, quando caiu quase 3,5%, conforme executivos do banco reafirmaram confiança na sua estimativa para o lucro no ano, mesmo com a revisão para cima no prognóstico para provisões. O BB reportou na véspera alta no lucro líquido ajustado para 9,5 bilhões de reais, mas o resultado teve aumento da inadimplência e queda em níveis de capital.

– ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,36%, enquanto BRADESCO PN encerrou com acréscimo de 1,14% e SANTANDER BRASIL UNIT valorizou-se 0,39%.

– VALE ON recuou 0,61%, em meio ao desempenho misto dos futuros do minério de ferro na Ásia, com o contrato mais negociado em Dalian, na China, caindo 3,63%%, enquanto o vencimento de referência em Cingapura avançou 0,36%.

– CASAS BAHIA ON, que não está no Ibovespa, disparou 24,36%, após a varejista reportar o balanço do segundo trimestre com lucro líquido de 37 milhões de reais, revertendo o prejuízo de 492 milhões de reais um ano antes. A companhia também divulgou uma atualização sobre o plano de transformação. À Reuters, o presidente-executivo da Casas Bahia, Renato Franklin, disse que o segundo trimestre foi o ponto de inflexão e que agora a empresa terá crescimento.