Em mais um dia de otimismo nos mercados globais, o dólar emplacou nesta terça-feira, 13, a sexta queda consecutiva no Brasil, para abaixo dos R$ 5,45, em sintonia com o recuo generalizado da moeda norte-americana ante as demais divisas, após a divulgação de dados favoráveis de inflação ao produtor nos EUA.

+ Natura afunda 13% após pedido de recuperação judicial de subsidiária nos EUA

O dólar à vista fechou o dia em queda de 0,90%, cotado a R$ 5,4491. Esta é a menor cotação de fechamento desde 16 de julho, quando encerrou em R$ 5,4293. Nos últimos seis dias úteis, o dólar acumulou baixa de 5,09%. Veja cotações.

Às 17h04, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,89%, a 5,4585 reais na venda.

O Ibovespa fechou em alta pelo sexto pregão seguido nesta terça-feira, com CSN e CSN Mineração entre os maiores ganhos na esteira de resultado trimestral, enquanto Natura&Co desabou após a companhia anunciar pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos da sua subsidiária Avon Products Inc.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 0,98%, a 132.397,97 pontos, maior patamar de fechamento desde 8 de janeiro, tendo marcado 132.429,5 pontos na máxima e 131.115,4 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$ 24,1 bilhões.

O recorde histórico de fechamento do Ibovespa foi registrado em 27 de dezembro do ano passado, quando terminou o dia aos 134.193,72 pontos. No dia seguinte, chegou à máxima histórica intradia de 134.391,67 pontos.

O dia do Ibovespa

A performance das ações brasileiras teve respaldo de Wall Street, onde o S&P 500 fechou com acréscimo de 1,68%, após aumento menor do que o previsto nos preços ao produtor norte-americano apoiar perspectivas positivas sobre dados de inflação ao consumidor previstos para a quarta-feira.

O cenário externo, na visão do advisor e sócio da Blue3 Willian Queiroz, foi o principal “driver” para a alta na bolsa paulista. Ele também chamou a atenção para fluxo positivo de capital externo na bolsa no mês, como mais um componente apoiando a sequência recente de altas do Ibovespa.

Novos balanços corporativos também ocuparam as atenções nesta sessão, enquanto uma nova bateria está reservada para o final do dia, incluindo os números de Localiza, JBS, Rede D’Or, Raízen, LWSA, Eneva, entre outros.

A quarta-feira ainda contou com a repercussão do rebalanceamento de índices MSCI divulgado na véspera. As mudanças passam a vigorar no fechamento do dia 30 de agosto.

As ações de empresas brasileiras adicionadas ao MSCI Global Standard foram Nubank, XP, Embraer, Stone, PagBank e Inter. Em contrapartida, Lojas Renner e Eneva foram excluídas, conforme divulgado pelo MSCI.

Do ponto de vista da análise técnica, Queiroz, da Blue3, acrescentou que o desempenho do Ibovespa em agosto reforça o sinal de alta de julho e cria uma expectativa para superar a máxima histórica de 134 mil pontos. No mês, o Ibovespa já acumula uma valorização de 3,72%.

DESTAQUES

– NATURA&CO ON desabou 8,85%, com agentes financeiros avaliando os potenciais reflexos do pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos pela Avon Products (API), subsidiária não operacional da companhia. O anúncio sobre o início do processo legal nos EUA, conhecido como “Chapter 11”, da API foi informado pela Natura&Co na segunda-feira, em paralelo à divulgação do balanço do segundo trimestre, no qual apurou um aumento no prejuízo ano a ano, para 859 milhões de reais, afetado pela decisão da subsidiária.

– CSN MINERAÇÃO ON disparou 6,29%, na esteira do balanço do segundo trimestre, com alta de 47,4% no Ebitda ajustado ano a ano, para 1,6 bilhão de reais. CSN ON, que controla a CSN Mineração, avançou 4,37%, também refletindo a repercussão ao resultado, com Ebitda ajustado de 2,65 bilhões de reais, 17% acima do desempenho do segundo trimestre de 2023 e superior às previsões de analistas. Executivos da CSN afirmaram que o grupo deve conseguir diminuir custos na produção de aço no segundo semestre e que manterá a política de “redução de descontos” nos preços da liga praticados no mercado interno.

– JBS ON fechou em alta de 4,21%, antes da divulgação do balanço do segundo trimestre após o fechamento dos negócios nesta terça-feira. Analistas do Goldman Sachs esperam que a companhia relate lucro sólido, dada a sua exposição ao aquecido mercado global de frango. Previsões compiladas pela LSEG apontam lucro líquido de 2 bilhões de reais para a JBS no período.

– MRV&CO ON caiu 1,81%, em meio à repercussão de prejuízo líquido consolidado de 71,3 milhões de reais no segundo trimestre, em resultado impactado por efeitos de operações financeiras e outros efeitos não recorrentes. Excluindo tais efeitos, o lucro líquido ajustado somou 29,35 milhões de reais.

– VALE ON perdeu 0,44%, acompanhando o movimento dos futuros do minério de ferro em Cingapura, onde o vencimento de referência recuou 0,31%. Na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, o contrato mais negociado fechou estável.

– PETROBRAS PN termnou com decréscimo de 0,62%, enquanto PETROBRAS ON cedeu 0,52%, em dia de queda dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent terminando negociado em baixa de 1,96%.

– ITAÚ UNIBANCO PN subiu 2,83%, em mais um dia positivo para os papéis dos bancos do Ibovespa, com BANCO DO BRASIL ON encerrando em alta de 1,29%, BRADESCO PN avançando 1,22% e SANTANDER BRASIL UNIT ganhando 1,17%. Analistas do Bank of America avaliaram que a temporada de resultados renovou o otimismo da casa com os grandes bancos, pois eles mostraram crescimento acelerado de lucros e melhor rentabilidade (ROE). BTG PACTUAL UNIT, que divulga balanço na quarta-feira, antes da abertura, valorizou-se 1,54%.