A taxa de desemprego no país caiu para 6,6%, segundo divulgou o IBGE nesta sexta-feira, 27. Essa foi a menor taxa para um trimestre encerrado em a agosto na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE, iniciada em 2012.

O desemprego recuou 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre de março a maio (7,1%) e caiu 1,2 ponto percentual frente ao mesmo trimestre móvel de 2023 (7,8%).

O resultado veio melhor do que o esperado. A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 6,7% no período.

A taxa de 6,6% se iguala com o menor patamar já registrado no país. A marca só tinha sido registrada até então no fim de 2014 e de 2015. Veja gráfico abaixo:

Evolução d ataxa de desemprego no país (Crédito:Divulgação/IBGE)

O número de desempregados caiu para 7,3 milhões, o menor número de pessoas procurando trabalho desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.

Novo recorde de ocupados

A população ocupada no Brasil bateu novo recorde, chegando a 102,5 milhões. Na comparação trimestral, a população ocupada do país cresceu 1,2%, ganhando mais 1,2 milhão de trabalhadores. Frente ao mesmo trimestre móvel do ano passado, esse contingente cresceu 2,9%, o equivalente a mais 2,9 milhões de pessoas.

“A baixa desocupação reflete a expansão da demanda por trabalhadores em diversas atividades econômicas, levando a taxa de desocupação para valores próximos ao de 2013, quando esse indicador estava em seu menor patamar”, afirmou a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy.

No trimestre encerrado em agosto, comércio foi o setor que mais impulsionou a ocupação, com alta de 1,9%, ou mais 368 mil novos trabalhadores para a população ocupada do país. O setor está com seu maior contingente na série histórica da pesquisa: 19,5 milhões de trabalhadores

Massa de rendimentos cresce

O rendimento real habitual do trabalhador (R$ 3.228) ficou estável no trimestre cresceu 5,1% no ano. A massa de rendimento real habitual (R$ 326,2 bilhões) cresceu 1,7% (mais R$ 5,5 bilhões) no trimestre e 8,3% (mais R$ 24,9 bilhões) no ano. O que, na prática, significa mais dinheiro circulando na economia.

A taxa de desemprego no Brasil segue em patamares historicamente baixos diante de um mercado de trabalho aquecido. Esse cenário, no entanto, aliado ao constante aumento da renda, para trazer preocupações com a inflação, principalmente com os preços ligados a serviços.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 26, que três fatores motivaram, essencialmente, o início do ciclo de aperto monetário: o mercado de trabalho apertado, a revisão para cima no ritmo de crescimento da economia e a piora das expectativas de inflação na ponta.

O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual no último dia 18, de 10,50% para 10,75%. Nesta quinta, Campos Neto repetiu que o colegiado não quer fornecer um guidance e que a magnitude do ciclo está em aberto e dependerá dos dados.