O dólar subia frente ao real nesta segunda-feira, 30, revertendo as perdas do início da sessão em meio à recuperação da moeda norte-americana no exterior e com os efeitos da disputa pela formação da taxa Ptax de fim de mês.

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Às 11h35, o dólar à vista subia 0,39%, a R$ 5,4540 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,19%, a 5,449 reais. Veja cotações.

No início da sessão, o dólar chegou a acumular perdas ante a moeda brasileira diante de um cenário positivo no exterior, com divisas de países emergentes ainda aproveitando do impulso fornecido pelo anúncio de um pacote de medidas de estímulo pela China, maior importador de matérias-primas do planeta.

Nesse sentido, a moeda norte-americana atingiu a mínima da sessão ante o real às 9h10 (-0,62%), acompanhando as perdas frente ao peso mexicano, o peso chileno e o peso colombiano.

A direção da moeda brasileira, no entanto, começou a mudar a partir das 10h, sob efeito de influências internas e externas.

No cenário doméstico, passou a pesar a disputa pela Ptax de fim de mês, com a primeira janela de cálculo movendo a cotação do dólar para cima.

“Toda vez que é fim de mês, a formação desta taxa acaba trazendo um volume mais elevado de negócios, e uma volatilidade maior também, visto que os agentes acabam tentando influenciar a sua direção, influenciar a sua formação”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Taxa de câmbio calculada pelo BC com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

No exterior, a moeda norte-americana se recuperou das perdas de mais cedo, principalmente revertendo a queda ante o euro, após comentários da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que fomentaram apostas de corte de juros pelo banco na reunião de outubro.

Lagarde afirmou que o BCE está cada vez mais confiante de que a inflação da zona do euro retornará à meta de 2% e isso deve se refletir na decisão de outubro.

Com isso, o dólar passou a subir no mercado nacional, atingindo a máxima da sessão às 10h50 (+0,67%).

O índice do dólar, que mede a moeda em relação a uma cesta de pares, subia 0,14%, para 100,57.

Ao longo da semana, as atenções se voltarão para os Estados Unidos, enquanto agentes financeiros continuam debatendo sobre o próximo movimento do Federal Reserve, que iniciou um ciclo de afrouxamento monetário neste mês com um corte de 50 pontos-base nos juros.

O foco principal da semana será o relatório de emprego fora do setor agrícola de sexta-feira, à medida que o banco central dos EUA busca evitar um esfriamento adicional do mercado de trabalho, com a inflação gradualmente retornando para a meta de 2%.

O chair do Fed, Jerome Powell, discursará para uma associação de economistas em Nashville, às 14h55.

Já o Ibovespa avançava nos primeiros negócios desta segunda-feira, apoiado em ações da blue chip Vale, que subiam com o salto dos preços do minério de ferro na China após novas medidas para estimular o mercado imobiliário da segunda maior economia do mundo.

Às 10h13, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,18%, a 132.975,35 pontos. O contrato futuro do Ibovespa com vencimento mais curto, em 16 de outubro, avançava 0,1%.

Mas por de 12h30 o índice operava no campo negativo, em 0,01%.