A paixão de Antonio Hermann, controlador e presidente do Banco BMG, pelo automobilismo é tão grande que ele tem se dedicado a uma tarefa paralela que nada tem a ver com os seus negócios. Nos últimos dias, ele tem tentado viabilizar a permanência do brasileiro Felipe Nasr (à dir.), da equipe Sauber, na Fórmula 1. O patrocínio de R$ 50 milhões do Banco do Brasil durou entre as temporadas de 2015 e 2016 e não será renovado. Sem opções nas principais equipes, Nasr está sem dinheiro e sem volante para correr. “Não é fácil garantir a permanência dele porque a F-1 hoje é guiada pelo interesse financeiro”, diz Hermann. “Tenho conversado com muita gente para ver se é possível ele continuar lá. Não conversei com o Felipe sobre isso, mas é pouco provável.”

Na lata do lixo

Com a aposentadoria de Felipe Massa e a saída de Felipe Nasr, o Brasil ficará, pela primeira vez, nos últimos 46 anos, ausente do grid de largada da mais importante categoria do automobilismo. Hermann, que tentou seguir carreira de piloto profissional, culpa o amadorismo dos dirigentes da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), que deixou acabar as categorias de monopostos para formação de novos pilotos, como eram as antigas Fórmula Ford e Fórmula Chevrolet. Sem elas, dificilmente o País voltará a ser referência nos circuitos mundiais. “A falta de compromisso dos dirigentes fez com que o Brasil, que é oito vezes campeão mundial, não tenha um representante na mais importante categoria do automobilismo mundial”, diz Hermann. “Sempre fomos respeitados e referência de excelentes pilotos na Europa, mas jogaram tudo na lata do lixo.”

(Nota publicada na Edição 998 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Gabriel Baldocchi, Hugo Cilo e Márcio Kroehn)