21/03/2017 - 12:44
O governador de Mato Grosso, Pedro Taques, Estado que é o maior produtor nacional de gado bovino, se reuniu com o presidente Michel Temer e, ao sair da audiência, evitou criticar o comportamento da Polícia Federal na Operação Carne Fraca, considerado “exagerado” e “espetaculoso” e que se transformou em alvo de críticas do Planalto e do Ministério da Agricultura.
“Não quero falar da Polícia Federal. Polícia Federal e Ministério Público têm de investigar. Isso (comportamento na divulgação da operação) é problema da corregedoria deles. Eles que resolvem. Eles têm de investigar e, obedecido o contraditório e a ampla defesa, têm de ser responsabilizado”, declarou Taques em entrevista após encontro com Temer.
O governador repetiu o discurso do Planalto e tratou as irregularidades encontradas pela PF como “pontuais”. “Não podemos contaminar o todo por algo que são 21 frigoríficos em mais de quatro mil. São 33 servidores dentro de 11 mil”, declarou. “Portanto, não podemos jogar fora a criança com a água suja”, emendou.
Pedro Taques disse que o presidente Michel Temer “continua muito preocupado” com os problemas que atingiram a carne brasileira, mas que ele reiterou que os ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores “estão trabalhando para superar este momento”.
Taques comentou que apresentou ao presidente a experiência do seu Estado, onde existe o Instituto Matogrossense da Carne (Imac), instituição que faz a autorregulamentação do setor junto com pecuaristas, indústria frigorífica e o Estado. Este instituto, citou, reproduz experiências da Austrália, Nova Zelândia, Argentina, Uruguai e Estados Unidos no controle da carne, com balanças, estabelecendo de onde o gado veio e a sua qualidade. “São experiências exitosas que trouxemos ao presidente”, disse ele, sugerindo que sejam adotadas em âmbito nacional.
Segundo o governador de Mato Grosso, o presidente mostrou preocupação em relação ao momento, mas insistiu que tem certeza que superaremos tudo que está acontecendo. “Esta crise da carne, tenho certeza, será superada porque são fatos isolados, e deve ser investigado e responsabilizado quem praticou ilícitos. E o Estado (atuar) junto com Ministério da Agricultura, para que possamos ficar firmes para não perdermos mercados internacionais”, afirmou Taques.