O desvio de caráter está se tornando uma prática mais comum entre os executivos brasileiros. É o que mostra a pesquisa elaborada em conjunto pela HSD Consultoria em RH e pela Orchestra Soluções Empresariais. No levantamento de 2013, 20% dos executivos exibiam desvios de conduta, envolvendo questões como cobrança de comissões de fornecedores, roubo de mercadorias e apropriação indevida de valores. Na edição deste ano, o percentual subiu para 27%. Apesar dos riscos envolvidos na contratação deste tipo de executivo, as empresas relutam em tomar decisões para o desligamento.

 

O fim justifica os meios?

A principal justificativa dos CEO’s é que, mesmo com atitudes questionáveis, eles trazem resultados para o negócio. “O risco fator humano na condução das empresas tem recebido pouca atenção por parte dos empresários, acionistas e conselhos de administração”, ressalta Susana Falchi, vice-presidente da Orchestra Soluções Empresariais. O último levantamento foi realizado a partir de processos sigilosos de avaliação comportamental de 3.500 profissionais que ocupam cargos de comando em médias e grandes corporações no período de 2014/2017. A pesquisa anterior, de 2013, abrangeu 5 mil avaliações.

(Nota publicada na Edição 1029 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Carlos Eduardo Valim, Cláudio Gradilone e Rodrigo Caetano)