09/08/2017 - 12:57
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, afirmou nesta quarta-feira, 9, que o Brasil precisa superar sua “incompetência” para realizar as reformas consideradas necessárias ao equilíbrio das contas públicas e à retomada do crescimento da economia. Ele discursou no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), no Rio.
“Tempo esgotado para a nossa incompetência para fazer as reformas tributária e da Previdência, mal uma reforma trabalhista e, principalmente, tempo esgotado para a nossa incapacidade de fazer o custo do sistema da máquina pública caber no PIB dos brasileiros. Precisamos assumir o que não fazemos certo e partir para o conserto. Espero que o Brasil sobre para nós. O Brasil é melhor do que as nossas neuroses coletivas. O Brasil precisa levantar-se”.
Ele fez uma exortação à união de esforços para o crescimento do País. “Precisamos enfrentar os resultados dessa recessão, que já passou, não tenha dúvida. Mas (o Brasil) sai (da crise) para o quê, se não é para abrir mercados?”, disse, ao falar de investimentos com vistas ao aumento das exportações.
Rabello de Castro também criticou a possibilidade de aumento do Imposto de Renda – já descartada oficialmente, na terça-feira, pelo presidente Michel Temer (PMDB). E mencionou críticas à idoneidade das decisões do BNDES na liberação de desembolsos para grandes empresas. “O Banco tem 65 anos e não vai se aposentar. Não vai abaixar a cabeça diante de espúrias acusações”.
Dealer
O presidente do BNDES disse que a escolha como dealer de operações compromissadas do Banco Central dá proeminência à instituição de fomento.
“Em primeiro lugar, nem todos têm essa condição de dealer. Isso dá proeminência. Em segundo lugar, isso nos dá a possibilidade de ganhar algum spread e também musculatura em operações que não são só de colocação de papéis do governo, mas também, eventualmente, em colocação de papéis do próprio BNDES”, afirmou Rabello, ao deixar a abertura do Enaex 2017.
O presidente do BNDES também refutou a possibilidade de a escolha do banco de fomento como dealer de operações compromissadas do Banco Central ter a ver com a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), que substituirá a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). “O BNDES está à vontade com esse assunto da TLP, como, aliás, foi objeto do meu posicionamento lá, assinando documento”, afirmou Rabello.