A expansão internacional do grupo Safra ganhou um novo capítulo na semana passada. Numa transação multinacional envolvendo Genebra e Lugano, na Suíça, e Monte Carlo, o Banque Jacob Safra adquiriu o Banque du Gothard, que pertencia à Banca Del Gottardo. Trocando em miúdos, o braço suíço do Banco Safra, com sede em Genebra, comprou a subsidiária de Mônaco do também suíço banco de Gottardo, baseado em Lugano. Com isso, a família Safra expande suas atividades de private banking para a glamurosa cidade-estado da família Rainier. O acordo de venda, anunciado na terça-feira 15, eleva o total de recursos geridos pelo Jacob Safra a US$ 11,4 bilhões. Mantendo o cuidadoso low profile que a caracteriza, a família Safra não divulgou os valores envolvidos na transação, mas revelou que ela foi fechada à vista. Jacob J. Safra, filho do banqueiro Joseph Safra e membro do conselho do Banque Jacob Safra, limitou-se a declarar em comunicado oficial que a aquisição fortalece a capacidade do grupo de servir sua clientela global. ?Estamos ansiosos para atender as necessidades dos clientes do banco Mônaco e certos de que eles vão se beneficiar da filosofia bancária do Banque Jacob Safra.?

Que não se confunda a entrada do Jacob Safra em Mônaco com os movimentos de bancos brasileiros em paraísos fiscais para oferecer opções de investimento offshore. A não ser pelos laços familiares, o banco suíço não tem relações com o Banco Safra. Justamente por estar na Suíça, o mais clássico dos paraísos, sua clientela é descrita como ?global?. Milionários brasileiros incluídos? Os Safra não contam, claro. A discrição, neste ramo, é a alma do negócio.

E os negócios do Jacob Safra vão muito bem, por sinal. Fundado há apenas cinco anos, ele já é um dos maiores private banks da Suíça. Sua posição no ranking oscila entre o décimo terceiro e décimo quarto lugares. A meta é entrar para o top ten até o final de 2006. Para isso, a ordem é continuar crescendo na Europa e colocar uma perna na Ásia o mais rapidamente possível. O banco não descarta começar uma operação do zero em um novo mercado. Mas não esconde a preferência pela via expressa das aquisições. Por ora, os mercados prioritários são Itália, Espanha e Inglaterra. Alvos potenciais? Nada de respostas por enquanto. ?Bancos que
tenham políticas consistentes com a do Safra?, despista um porta-voz do
banco em Nova York.