06/06/2018 - 12:57
As escolas particulares de São Paulo aprovaram em assembleia nessa quarta-feira, 6, a proposta de manter a convenção coletiva dos professores inalterada por mais um ano. O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp) havia proposto alterações na convenção, que estabelece direitos específicos da categoria, o que levou os docentes a paralisarem as atividades em 104 colégios.
A proposta aprovada pelos patrões é a de que todas as cláusulas serão mantidas até o dia 28 de fevereiro de 2019, mas reduzindo o reajuste salarial de 3% para 2,14%. Os professores decidirão se aceitam a proposição no fim da tarde desta quarta-feira, em uma assembleia no Sindicato dos Professores (Sinpro).
Com a reforma trabalhista, a convenção coletiva não foi renovada em março. O Sieeesp propôs alterar algumas cláusulas, como reduzir a bolsa de estudos de dois para um filho de professor e o recesso escolar do fim de ano de 30 para 20 dias.
Benjamin Ribeiro, presidente do Sieeesp, diz que a redução do reajuste é necessária para garantir a estabilidade financeira das escolas que terão que manter os direitos trabalhistas por mais um ano. Como compensação a um menor reajuste, ficou definido o índice de 15% para o valor a ser recebido de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) – o anterior era de 18%, mas o Sieeesp pedia que fosse redefinido para 12%.
O argumento usado pelo Sieeesp para reduzir os direitos da categoria é o de que escolas menores e com mensalidades mais baratas enfrentam dificuldades financeiras. No entanto, segundo Ribeiro, mesmo os donos dessas unidades entenderam ser melhor manter a convenção para que as alterações sejam discutidas “com calma”.
“Levamos em conta que o País está passando por uma situação caótica e não era o momento de se criar mais tensão. Preferimos prorrogar a convenção até fevereiro para chegar a um acordo com os professores sobre as mudanças que precisam ser feitas”, disse Ribeiro.