No programa MOEDA FORTE desta semana, Carlos Sambrana, diretor de redação da ISTOÉ DINHEIRO, recebe Rony Meisler, fundador e CEO da grife Reserva. Ele abandonou o trabalho no escritório de uma das maiores consultorias do mundo para vender bermudas na praia. Qualquer pessoa acharia isso uma loucura, mas o empresário transformou o sonho de empreender em um negócio que fatura mais de R$ 300 milhões e não para de crescer. Meisler também é presidente do movimento Capitalismo Consciente no Brasil e autor do best-seller “Rebeldes têm asas”.

Neste quarto bloco (acima), ele fala sobre os próximos passos da marca. De acordo com o empresário, o Brasil é um dos países mais difíceis para se fazer negócios no mundo, devido a três aspectos: burocracia, acesso ao crédito e logística. Esse cenário adverso, porém, faz com que os empreendedores sobreviventes sejam muito resilientes. “O empreendedor brasileiro é um guerreiro vitorioso”, afirma. Meisler destaca os desafios de crescimento e dos planos de internacionalização da marca, que deve começar pelos Estados Unidos. “Escolhemos os EUA por que o país tem uma côa aceitação de marcas icnográficas como a Reserva”, diz.

BLOCO 3

O CEO da Reserva fala sobre o Capitalismo Consciente no Brasil. “Uma empresa consciente tem um propósito muito claro. O nosso é cuidar, emocionar e surpreender”, diz. O empresário comenta as diversas ações da companhia, que vão desde benefícios para os funcionários, como licença paternidade de 45 dias, licença maternidade de 180 dias, contratação de pessoas acima de 70 anos de idade, passa pela cadeia produtiva, com prioridade para a indústria nacional que gera emprega e renda no País, até o apoio a projetos sociais. “No projeto 1P=5P, a cada 1 peça vendida disponibilizamos a entrega de 5 pratos de comida por meio da ONG Banco de Alimentos”, explica. “Já conseguimos entregar mais de 19 milhões de refeições desde o dia 20 de maio de 2016”, afirma.

BLOCO 2

O empresário fala sobre a comunicação da marca e comenta as campanhas que deram certo e também as que causaram polêmica. “A Reserva tem uma equipe de trabalho muito jovem e com muita liberdade criativa”, afirma. De acordo com Meisler, ele tenta ser o mais próximo possível dos funcionários da grife. “Normalmente os líderes das companhias se colocam num lugar inatingível. Mas ninguém deve ser levar mais a sério e se sentir mais importante do que ninguém”, diz. O CEO da Reserva conta que o texto de pedido de desculpas pela recente campanha do Dia dos Namorados, que foi cancelada, foi escrito por um comitê formado por 25 pessoas. “A lição que fica é que quando a gente fala de um tema sensível precisa conversar com o máximo de pessoas antes de lançar a campanha”, afirma.

BLOCO 1

Meisler conta como e quando surgiu a Reserva. O empresário explica que a faculdade em Engenharia de Produção e a carreira de executivo na Accenture não eram exatamente o que ele havia imaginado. “Eu era muito inquieto e não estava feliz”, diz. A ideia de trabalhar com moda masculina surgiu quando estava na academia, com o amigo e sócio Fernando Sigal, e percebeu que cinco homens estavam usando exatamente a mesma bermuda. “Encontramos um fornecedor e começamos vendendo de sacoleiro na praia, na mala do carro, na faculdade e para os amigos”, afirma. Assim que saiu a primeira coleção, Meisler passou dois meses viajando pelo interior de São Paulo em busca de pontos de venda em lojas multimarcas. Hoje, a Reserva tem 1.987 funcionários, 89 lojas, das quais 15 são franquias, e mais 1.500 pontos de venda que são revendedores da marca. A grife também tem dois sócios investidores, a Joá, do apresentador Luciano Huck, e a Dynamo.