13/11/2018 - 13:40
O governo do Estado de São Paulo homologou no sábado, 10, o tombamento de dez imóveis e conjuntos arquitetônicos da capital e de municípios do interior de São Paulo. As resoluções oficializam decisões do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) nos últimos anos.
Uma das novidades é a preservação do antigo Sanatório Philippe Pinel, localizado em Pirituba, na zona norte da capital. O espaço é datado da década de 20 e, desde 2008, funciona como Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (CAISM) Philippe Pinel. Segundo a resolução de tombamento, o espaço “conserva as principais características e elementos da arquitetura hospitalar do período de sua constituição, cujas alterações constatadas documentam obras de adequação às sucessivas inovações técnicas ou atendimento às demandas ao longo de décadas de atividade aos seus usos”.
Dentre os bens, está o do conjunto do Moinho Matarazzo, localizado no Brás, zona leste da cidade de São Paulo, que já tinha a preservação determinada pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). O tombamento inclui edificações construídas entre 1899 e a década de 40.
Outro tombamento é do Parque Estadual Fontes do Ipiranga (PEFI), também conhecido como Parque do Estado, que também teve a preservação decidida neste ano pelo Conpresp. O parque abarca a área do Jardim Botânico, do Parque Cientec e do Zoológico de São Paulo. A decisão considerou a importância de preservar o fragmento de Mata Atlântica e a história do local, que recebeu uma das primeiras obras de distribuição de água da cidade, executada pela Cia. Cantareira.
Também foi determinada, em nível estadual, a preservação da antiga Chácara Sabbado d’Ângelo, localizada em Itaquera, na zona leste da capital. O imóvel, já tombado pelo Conpresp, é um “remanescente do processo de ocupação dos subúrbios paulistanos no início do século 20”, segundo o conselho. Originalmente, a propriedade era do industrial Sabbado d’Ângelo, dono de uma fábrica de cigarros.
Já no interior, o Estado homologou o tombamento da Fazenda Pirahy, em Itu. Segundo a resolução, o imóvel é um “especial remanescente da arquitetura rural Paulista”, pois “guarda todo seu processo de uso doméstico e de trabalho, da colônia até o presente, permitindo leitura didática de seus componentes, da casa sede aos remanescentes dos espaços de engenho do açúcar ao café”. Dentre as estruturas da fazenda, estão antigas casas de colonos, um alambique, uma capela e um muro de taipa de pilão.
Outro imóvel tombado é o antigo Fórum de Botucatu, no município homônimo, construído entre 1918 e 1922 pelo Departamento de Obras Públicas. Segundo o conselho, foi erguido seguindo “a tradição de edificações oficiais republicanas do Estado de São Paulo, caracterizada por organização racional dos espaços e representação simbólica do poder público recorrendo a monumentalidade e por meio da utilização de elementos da linguagem clássica da arquitetura, concepções de cuja origem e articulação fez parte o arquiteto Ramos de Azevedo”.
O antigo Asilo Colônia Santo Ângelo, de Mogi das Cruzes, também teve o tombamento homologado. Ele abrigou pacientes com hanseníase entre os anos 30 e 60. A decisão considerou que o local documenta “a lógica arquitetônica e territorial de internação obrigatória, praticada pela saúde pública no país e no mundo em um contexto sanitarista e disciplinador”.
Também foi tombado o prédio antigo Fórum de São Pedro, no município homônimo, construído no final do século 19 pelo Departamento de Obras Públicas do Estado de São Paulo. A resolução ressalta que o imóvel “é feito como uma simplificação do padrão geral dos edifícios para a administração e segurança públicas de tradição lusitana que se implantaram no Brasil desde a Colônia”.
Já o tombamento da antiga Casa de Câmara e Cadeia de Itapetininga, no município de mesmo nome, considerou o imóvel, da primeira metade do século 19, tem uma “tipologia de edifício funcional para administração e segurança públicas de matrizes lusitanas, que se reproduziu desde o período colonial em todo o Brasil”, dentre outros aspectos.
O município de Atibaia, por sua vez, teve tombado o Conjunto da Estação Ferroviária Caetetuba, datada do século 19. De acordo com a resolução, o bem “conectou a região homônima à malha ferroviária paulista, proporcionando o desenvolvimento social e econômico de núcleos urbanos antigos, até então à margem do advento ferroviário do estado, por meio do escoamento agrícola, sobretudo cafeeiro, e do assentamento de imigrantes nas localidades adjacentes”.
Também foi homologado o tombamento do prédio do antigo Fórum e Câmara de Araraquara, no município homônimo, construído em 1898. “Embora de origem local, é exemplar da tipologia funcional para administração e segurança públicas concebida pelo Governo do Estado de São Paulo após a Proclamação da República, cuja matriz se situa nos padrões lusitanos implantados no período colonial e continuados no Império, servindo de base para as reformas após 1889”, diz a resolução.