Acusado de ter sido funcionário fantasma, o comerciante Renato Bolsonaro, um dos irmãos do presidente eleito, foi tratado como celebridade na entrada da Granja do Torto, nesta segunda-feira, 31. Ele saiu da Granja, onde está hospedado com o irmão e a família, apenas para cumprimentar os apoiadores do irmão.

Renato passou pelo menos meia hora tirando fotos e gravando vídeos com bolsonaristas direcionados para diferentes Estados. Em certo momento, disse brincando que serviria como “genérico” do irmão, caso ele não possa conhecer os apoiadores pessoalmente.

Além das selfies, ele tirou fotos com um cartaz de apoio ao futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, com os dizeres: “O homem mais odiado do Brasil pelos petistas e pelos corruptos. Mas é o mais respeitado pelo povo brasileiro”. Fez também registros dentro do Fiat modelo 147 que veio de Paramoti (CE) para a posse presidencial.

Em 2016, Renato foi exonerado do cargo de assessor especial parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), após reportagem do canal SBT revelar que ele não aparecia para trabalhar, embora constasse como funcionário do gabinete do deputado estadual André do Prado (PR) por três anos. O salário era de R$ 17 mil. Ao invés de comparecer para o expediente, de acordo com a reportagem, ele trabalhava em uma de suas lojas de imóveis.

Hoje, ele contou que o clima dentro da Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência, é “tranquilo” e “familiar” e que toda a família está reunida, inclusive a mãe, Olinda, de 91 anos. Segundo Renato, Jair Bolsonaro está preparando o discurso que fará amanhã, na cerimônia de posse.

Aos 54 anos, Renato Bolsonaro já tentou seguir os passos do irmão e entrar para a política, mas sem sucesso. Há dois anos, disputou a prefeitura de Miracatu, em São Paulo, pelo PR, mas não foi eleito.

Antes de Renato, o deputado federal eleito Helio Bolsonaro também parou para falar com o grupo de cerca de 30 pessoas que está concentrado no local, mas evitou falar sobre o presidente eleito. Aos eleitores, disse que sua cor é o Brasil e que é defendeu a unificação do País sem distinções raciais. “Deus está no controle de tudo”, declarou.