10/09/2019 - 16:49
A queda de 1,4% na produção da indústria paulista na passagem de junho para julho foi o terceiro recuo consecutivo, período em que acumulou uma perda de 3,7%, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados nesta terça-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O tombo no maior parque industrial do País só não foi maior em julho porque houve crescimento na fabricação de veículos, especialmente de automóveis.
“Poderia ter sido pior se o recuo não fosse suavizado por veículos”, resumiu Bernardo Almeida, analista da Coordenação de Indústria do IBGE.
As duas maiores influências negativas no mês foram da menor produção de derivados de petróleo e de equipamentos de informática. O mau desempenho preocupa, por conta da diversificação da indústria local.
Segundo Almeida, a indústria paulista “é um espelho da indústria nacional” e vem sendo prejudicada pelos mesmos fatores que afetam a produção brasileira como um todo: ambiente de elevadas incertezas, que postergam consumo e investimentos; mercado externo desfavorável para exportações; demanda doméstica fraca para escoamento interno de produtos; e mercado de trabalho evoluindo ainda lentamente.
Na comparação com julho de 2018, a indústria de São Paulo recuou 2,7% em julho de 2019, com perdas disseminadas entre as atividades pesquisadas. Entre os 18 setores que integram a indústria paulista, 14 ficaram no vermelho, mesmo com o efeito calendário contribuindo positivamente (o mês de julho de 2019 teve um dia útil a mais do que julho de 2018).
Os destaques negativos foram as atividades de alimentos, derivados de petróleo, bebidas e outros equipamentos de transporte. “Esse ambiente de incerteza causa toda essa cautela e redução na produção”, concluiu Almeida.