03/12/2019 - 6:00
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta terça-feira, com investidores digerindo uma nova escalada das tensões comerciais após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidir restabelecer tarifas a importações de aço e de alumínio do Brasil e da Argentina.
Ontem, no Twitter, Trump disse que iria retomar de imediato a tarifação de aço e de alumínio dos dois países sul-americanos, com a justificativa de que ambos teriam promovido “maciça desvalorização” de suas moedas.
O gesto de Trump veio num momento em que EUA e China encontram dificuldades para superar divergências e finalizar um acordo comercial preliminar, inicialmente anunciado em outubro. No próximo dia 15, está prevista a entrada em vigor de um novo aumento de tarifas dos EUA sobre bens chineses.
Também continua no radar a questão de Hong Kong, depois de Trump sancionar na semana passada legislação que apoia os manifestantes pró-democracia do território, que é semiautônomo mas controlado pela China. Em retaliação, Pequim suspendeu visitas de navios e aeronaves militares dos EUA a Hong Kong e impôs sanções a algumas organizações não-governamentais (ONGs) americanas.
O índice acionário japonês Nikkei caiu 0,64% em Tóquio hoje, a 23.379,81 pontos, pressionado por ações ligadas a consumo, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 0,38% em Seul, a 2.084,07 pontos, influenciado por papéis de tecnologia, e o Hang Seng cedeu 0,20% em Hong Kong, a 26.391,30 pontos.
Na China continental, por outro lado, as bolsas se recuperaram de perdas do começo do pregão e terminaram o dia em tom positivo. O Xangai Composto subiu 0,31%, a 2.884,70 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,55%, a 1.605,33 pontos. Já em Taiwan, o Taiex se valorizou 0,25%, a 11.531,58 pontos.
Na Oceania, as tensões comerciais pesaram com mais força no mercado australiano, e o índice S&P/ASX 200 sofreu a maior queda diária em quase nova semanas em Sydney, de 2,19%, a 6.712,30 pontos. Durante a madrugada, o banco central da Austrália decidiu manter seu juro básico na mínima histórica de 0,75%, como se previa, mas sinalizou que poderá voltar a cortá-lo, como fez em três ocasiões desde junho. Com informações da Dow Jones Newswires.