07/05/2022 - 8:30
A retomada total do futebol brasileiro em 2021, após suspensão por um período em 2020 por causa da pandemia, foi uma boa notícia não só para os torcedores, que puderam voltar aos estádios nos últimos meses do ano para acompanhar as partidas, mas principalmente para os clubes, que viram a recuperação da receita. As 20 maiores agremiações do País registraram um faturamento conjunto de R$ 6,9 bilhões, montante 37% superior aos R$ 5,1 bilhões da temporada anterior. Os números superaram inclusive os de 2019 (R$ 6,1 bilhões), antes da crise de saúde. Direitos de TV referentes a 2020 e premiações em dólares nas principais competições sul-americanas (Copa Libertadores da América e Copa Sul-Americana) ajudaram a alavancar os números, segundo estudo da Sports Value, consultoria especializada em marketing esportivo. Palmeiras e Flamengo foram os que mais tiveram motivos para comemorar.
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Atual bicampeão da Libertadores, o Palmeiras faturou R$ 910 milhões, montante 71% maior na comparação anual (R$ 531,5 milhões). Apenas o título de 2021 da principal competição continental de clubes, em novembro, rendeu ao Alviverde US$ 22,5 milhões, além dos US$ 15 milhões recebidos pela conquista também da edição 2020 do campeonato, que teve a final disputada em janeiro do ano passado, por causa da Covid-19. Importantes reforço nas contas da agremiação presidida por Leila Pereira. Já o Flamengo, que nos últimos seis anos levantou por duas vezes o troféu do torneio sul-americano, foi outra vez o recordista de arrecadação, com R$ 1,08 bilhão, total 47% superior à igual período de 2020 (R$ 735,5 milhões).
Os valores alcançados individualmente pelos dois clubes bateram os obtidos em 2019, de R$ 598,4 milhões e R$ 950,4 milhões, respectivamente. Juntos, o Alviverde e o Rubro-Negro superaram as receitas de Corinthians (terceiro, com R$ 501,8 milhões), Atlético-MG (quarto, R$ 501 milhões), Grêmio (quinto, R$ 498 milhões) e São Paulo (sexto, R$ 465,3 milhões) somadas.
Após apresentarem déficit maior que R$ 1 bilhão em 2020, as agremiações de elite do futebol nacional registraram superávit de R$ 430 milhões, puxado pelas cotas com TV e premiações, que passaram de 39% do total em 2019 para 50% em 2021 – em 2020, representaram 34%. Já os patrocínios foram os que mais cresceram depois dos direitos de transmissão e geraram mais de R$ 830 milhões para os clubes. Apenas Athletico-PR, Botafogo-RJ e Vasco acusaram diminuição nas receitas de 2020 para 2021. Os custos com futebol chegaram a R$ 4,8 bilhões, o correspondente a 70% das receitas. Em 2020 representaram 86% do total e, em 2019, 79%.
Outro ponto positivo em relação as balanços do ano passado foi a redução do endividamento dos clubes. Se em 2020, no auge da pandemia, atingiu o recorde de R$ 10,3 bilhões, em 2021 caiu 5%, para R$ 9,8 bilhões. Os mineiros Atlético e Cruzeiro são os maiores devedores do País, com passivos de R$ 1,26 bilhão (incremento de 4% na comparação anual) e R$ 1,02 bilhão (alta de 6% em relação ao ano anterior), respectivamente. Já o Red Bull Bragantino foi o que registrou maior aumento de dívida de 2020 para 2021, com alta de 91%, de R$ 144 milhões para R$ 274,9 milhões. O Atlético-GO, por outro lado, apresentou a maior diminuição no endividamento, de 74%, de R$ 33,3 milhões para R$ 8,8 milhões.